
O secretário executivo da Previdência Social do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Adroaldo Portal, foi preso nesta quinta-feira (18) durante uma nova fase da operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação apura um esquema de irregularidades no pagamento de descontos associativos aplicados de forma indevida a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Por decisão judicial, Adroaldo foi afastado do cargo e teve a prisão convertida em domiciliar. As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que também expediu mandados de busca, apreensão e prisão contra outros investigados.
Ao todo, a operação cumpre 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e diversas medidas cautelares em São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e no Distrito Federal.
Segundo a Polícia Federal, a nova fase da operação tem como objetivo esclarecer crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, além de atos de ocultação e dilapidação de patrimônio.
Adroaldo Portal, jornalista de 55 anos, tem uma longa trajetória no Congresso Nacional, onde atua há 23 anos. Desde 1999, ocupou cargos estratégicos ligados ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), como chefe de gabinete da liderança da sigla na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Antes de assumir a secretaria executiva da Previdência, Portal foi chefe de gabinete e secretário-executivo substituto do Ministério das Comunicações durante o governo Dilma Rousseff. Nesse período, presidiu o Conselho de Administração dos Correios e atuou como conselheiro fiscal da Telebras.
O dirigente também teve papel de destaque durante a tramitação da Reforma da Previdência, quando chefiou o gabinete da liderança do PDT no Senado e, posteriormente, na Câmara. A trajetória reforça sua ligação histórica com o partido, que deixou a base do governo federal.
Adroaldo Portal também foi chefe de gabinete do senador Weverton Rocha (PDT-MA), que igualmente é alvo da operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira.
A primeira fase da operação Sem Desconto ocorreu em 23 de abril deste ano, em ação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). As investigações revelaram um esquema de descontos associativos não autorizados em benefícios previdenciários, que, à época, poderia ter causado prejuízo estimado em cerca de R$ 6 bilhões.
Desde o início da apuração, ao menos 18 pessoas — entre políticos e empresários — já haviam sido presas. Com a ação desta quinta-feira, a Polícia Federal chega à nona fase da operação, ampliando o cerco contra o esquema de fraudes no INSS.







