O deputado estadual do Amazonas Dermilson Chagas (sem partido) é acusado de manter com dinheiro público ‘gabinete do ódio’, segundo denúncias de uma ex-servidora do seu gabinete. A criação do gabinete é para atacar seus adversários políticos, como o governador Wilson Lima e outros políticos do estado.

A denúncia foi formalizada no dia 10 de setembro deste ano na Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc), as acusações apontam que o deputado estadual Dermilson Chagas (sem partido) estaria mantendo com dinheiro público uma estrutura para criar conteúdo ofensivos com o objetivo de atacar a honra de seus adversários, por suposto descontentamento aos interesses do parlamentar.

A delatora uma ex-servidora do alto escalão do gabinete de Dermilson apresentou provas, como vídeos montagens em foto e prints de conversa em aplicativo de mensagens – ela trabalhava há 5 anos com o deputado e pediu exoneração este ano.

Em seu depoimento ela explicou como coordenava pessoalmente os ataques e como estruturou, a pedido do deputado, uma espécie de ‘gabinete do ódio’, organização criminosa parecida ao que a Polícia Federal já investiga em âmbito nacional, no qual também produzem materiais falsos, fake News (notícias falsas), com o intuito de ludibriar seguidores nas redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.

Ainda segundo a ex-servidora, o ‘gabinete do ódio’ é mantido com dinheiro parlamentar, isto é, dinheiro público. Ela relata que na produção dos materiais falsos, o deputado contratou um designer e um editor de vídeos e eles juntos movimentavam a estrutura de difamação, construindo e editando diariamente conteúdos em audiovisual, além de memes jocosos e ofensivos contra o governador e outros deputados também.

Além disso, a mesma servidora diz que chegou a cometer crime de falsidade ideológica a pedido do deputado para atacar o governador do Amazonas Wilson Lima e outros políticos locais. A delatora, descreveu ainda que sofria abuso moral – humilhações constantes e outros funcionários do gabinete também eram hostilizados, e caso não obedecessem seriam demitidos.

A servidora diz que o limite dos absurdos impostos pelo deputado Dermilson aconteceu quando ele pediu para ela fotografar a rotina íntima de um outro Deputado, se aproveitando da proximidade familiar que ela tinha com o outro parlamentar. Foi então que ela decidiu bloquear Dermilson nos aplicativos de mensagens, conforme print de mensagens que os dois trocaram à época. A ex-servidora mudou de cidade por medo de represálias após formalizar a denuncia contra o deputado.

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