Da redação

MANAUS – Em entrevista a Ronaldo Tiradentes, na manhã desta segunda-feira, 8, o ex-governador, José Melo falou da prisão, comentou sobre adversários, defendeu ainda a própria inocência, e relatou sobre os que passou na prisão.

Visando um cargo de deputado estadual no pleito de 2022, Melo (PROS) quebrou o silêncio que já mantinha há quatro anos, desde que foi cassado e preso em 2017 e destacou novos projetos.

A respeito dos dias que passou na prisão, ele relatou ainda que chegou a pensar em se matar ao ser chamado de “ladrão” na rua. “Fui ao Banco do Brasil para abrir uma conta. Ao subir as escadas, uma pessoa disse assim: “E aí, Zé Melo, ladrão da saúde, está indo botar os milhões que tu roubaste?” Eu me virei para falar com essa pessoa, que estava em um carro, arrancou e foi embora. Voltei pra casa e não consegui dormir”, contou Melo.

“Desci para o escritório. Escrevi 110 laudas até às cinco da manhã. Hoje, sei que Deus existe e o diabo também. Naquelas 110 laudas estava toda a história da minha vida e de todos os políticos com quem eu convivi. Uma herança maldita para os meus filhos e para mim, do ponto de vista espiritual, pois eu iria me matar”, disse ele, que contou ter sido “salvo” pela sobrinha Helena, que passou a morar com os tios por um problema de saúde da mãe. “Eu me apeguei à criança e esqueci isso”, contou.

Eleições

Ao ser questionado sobre as razões que lhe fariam voltar a disputar um cargo público, José Melo afirmou que “queria provar a mim mesmo que não era covarde”. “Se eu tinha enfrentado uma cassação, tornozeleira, eu poderia enfrentar uma campanha”, disse.

A “matriz econômica ambiental” será sua principal plataforma de campanha. “Meu sonho como governador era dar ao povo do Amazonas uma segunda matriz econômica, que não seja só a Zona Franca de Manaus. Eu tentei, reuni nove embaixadores, ambientalistas, cientistas e concebemos a matriz econômica ambiental, que é a exploração racional das riquezas naturais de forma sustentável”, afirmou, explicando que sua ideia não é de substituir o modelo Zona Franca, mas diversificar a economia da região.

“A Zona Franca pode permanecer, mas em equilíbrio com um interior rico, forte. Imagina essas duas coisas juntas, o Amazonas se transformando no maior produtor de peixe.