MANAUS – Uma fisioterapeuta, de 44 anos, identificada como Samia Patricia Riatto Watanab, foi indiciada por maus-tratos pela Polícia Civil após agredir uma criança autista, de 8 anos, dentro de uma clínica particular em Manaus. O caso já foi encaminhado para a Justiça do Amazonas. Em depoimento, Samia Patricia negou as acusações.

A mãe da criança denunciou o caso no 22º Distrito Integrado de Polícia no dia 17 de julho. Ela contou que o filho realizava tratamento de terapia ocupacional desde fevereiro deste ano.

Em depoimento a família relata que no dia 1º de julho deste ano, o pai da criança foi até a clínica buscar o filho e perguntou como havia sido a sessão. A criança então contou que a fisioterapeuta havia “batido em sua cabeça”.

No dia 19 de julho, a família teve acesso às filmagens de todas as sessões da criança, onde foi possível identificar as agressões da fisioterapeuta contra o menino. Além disso, a mulher deixava a vítima sozinha em uma mesa, enquanto ficava no celular, diz o documento da polícia.

No dia 8 de agosto, em depoimento para a polícia, a suspeita afirmou que prestava serviço para a clínica e negou ter batido na cabeça da criança. Ela alegou que a “batida na cabeça”, o “toque na mesa”, o “puxar”, “fazer cosquinhas”, trata-se de um método chamada de “propriocepção e reforço sensório social”. A mulher informou que trata-se de um incentivo para que o paciente consiga realizar atividades motoras com o objetivo do paciente permanecer na mesa sem fugas, aumentando assim, o estado de alerta.

Em nota os advogados de defesa da suspeita enviaram a seguinte nota: “Nós reiteramos a inocência da Sâmia em face das alegações infundadas e acreditamos na melhor prestação jurisdicional para o caso, visto a nossa confiança no Poder Judiciário”, disseram os advogados Luan Damasceno da Cunha e Caio Tasso Gama Sampaio Callado.

A delegada Juliana Tuma, titular do 22º DIP, esclareceu que as partes envolvidas foram chamadas para esclarecimentos na delegacia, e a autora foi responsabilizada pelo delito. A delegada informou que o Inquérito Policial (IPL) foi concluído e remetido à Justiça.

O Sinal Livre entrou em contato com o Tribunal de Justiça e aguarda informações sobre a denúncia.

Posicionamento da clínica

A fisioterapeuta indiciada pela agressão à criança foi desligada da empresa Speciale Clínica Multidisciplinar, antes mesmo da descoberta do caso da agressão à criança.

Em nota, o estabelecimento informou que “desde junho deste ano, após fatos administrativos que infringiam as normas da referida clínica, a Dra. Ana Paula Marques decidiu por bem rescindir a prestação de serviço bem como cancelar a permissão de utilização de espaço para atendimento da Terapeuta Ocupacional, por isso o desligamento da funcionária”, diz o texto.

Apesar da nota da clínica se referir a ao mês de junho, no inquérito policial o menino teria relatado ao pai que a última agressão teria ocorrido no dia 1º de julho.

Ainda no texto, a empresa diz que após afastamento da profissional, procurada pela mãe da vítima, foi feita a análise das filmagens que evidenciaram as agressões. Diante desse fato, a clínica informou sobre as agressões os responsáveis pelos menores atendidos pela suspeita e que disponibilizou assessoria jurídica.