Desde quando a Anvisa exigiu quarentena da delegação brasileira após a confirmação que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi contaminado com covid-19, o presidente Bolsonaro teria ficado furioso ao ser informado da necessidade de ficar duas semanas isolado.

“Vão fazer o que? Me prender?”, teria dito o presidente. A frase foi dita por um interlocutor ao DCM sob a condição de anonimato. Segundo ele, Bolsonaro não acreditou, a princípio, que a Anvisa o proibiria de sair. “Eles estão achando que sou argentino?”, questionou.

A citação é referente ao fato da Anvisa ter invadido o jogo entre Brasil e Argentina para retirar jogadores que não cumpriram a quarentena. Para Bolsonaro, a orientação da Anvisa teria sido uma espécie de desafio para o estilo do presidente.

O presidente demonstrando-se inconformado com a decisão do órgão, teria criticado a orientação.

“Eles não podem impedir meu livre arbítrio”, insistiu Bolsonaro cada vez mais revoltado. Ainda em Nova York, ele decidiu que não cumpriria a quarentena. “Vou à motociata”, teria garantido o presidente se referindo ao evento no Paraná.

A decisão havia sido baseada no que ele costuma dizer para sua base eleitoral. “A liberdade é o mais importante”. Ele teria dito a membros da comissão que não poderia admitir que sua liberdade fosse bloqueada pela Anvisa. E, na visão de Bolsonaro, sem nenhum tipo de motivo.

Com essa declaração em tom de desafio a Anvisa, o presidente gerou nova crise.

A Anvisa respondeu diretamente: o descumprimento poderia levar técnicos ao evento, como aconteceu com o Corinthians.

Diante disso, Bolsonaro foi convencido de cancelar os eventos e mudar a agenda. Mesmo assim, a decisão foi contrariada.