A Sovel da Amazônia Ltda foi multada em R$ 330 mil pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) após a fiscalização de analistas ambientais no Lago da Colônia, bairro Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste de Manaus.

O vídeo da denúncia feita por moradores foi mostrado pelo vereador Mitoso (PTB) durante a Sessão Plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Os vereadores Kennedy Marques (PMN), Amom Mandel (Podemos) e Rodrigo Guedes (PSC), o presidente, vice-presidente e membro titular, respectivamente, da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Naturais, Sustentabilidade e Vigilância Permanente da Amazônia (Commaresv) da Casa Legislativa, estiveram no local no início da semana.

Difícil acesso

Os moradores afirmam que o acesso ao local poluído é complicado devido à mata de igapó, predominante na localidade. Para chegar à área, é necessário ter acesso a um flutuante na margem do Lago da Colônia e fazer a travessia por voadeira.

De acordo com o analista ambiental, Diógenes Rabelo, os materiais avistados nas águas do lago fortalecem os indícios de derramamento de efluentes industriais do processo produtivo de uma fábrica localizada nas adjacências do Lago da Colônia.

“O material orgânico em decomposição trata-se de lodo de material fibroso. Esse lodo está sedimentado no fundo da coleção hídrica, e a decomposição orgânica com formação de gases retorna com esse material [o lodo] para a superfície das águas. Essas questões reforçam as evidências de descarte de efluentes com alto teor de lodo compatível com a reciclagem de papel e papelão, atividade exercida pela fábrica próxima ao lago”, afirma Rabelo.

Multas

A Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa) do Ipaam expediu multa no valor de R$ 200.000 e embargou a atividade de reciclagem de papel e papelão da Sovel da Amazônia LTDA.

“As atividades da fábrica devem ficar paralisadas até o cumprimento das medidas administrativas impostas pelo Ipaam”, declarou o responsável pela Gefa, Raimundo Chuvas.

No dia 29 de março, durante uma das fiscalizações realizadas pela equipe de analistas ambientais da Gefa, foram constatadas outras poluições: de solo e atmosférica.

“Antes de constatarmos a poluição hídrica, tomamos conhecimento da presença de poluição atmosférica, que causava desconforto respiratório nos moradores de áreas adjacentes à fábrica”, afirmou Chuvas.

A fábrica também não estava atendendo às legislações vigentes acerca de resíduos não tratados em solo. Por ambas as atividades, a fábrica foi multada.

O total de multas aplicadas é de R$ 330.000.