Em época de cheia dos rios, assim como os humanos buscam por lugares mais seguros, os animais também saem em busca de abrigos. Em meio a esses, estão ainda, os animais peçonhentos, que podem atacar os moradores de regiões ribeirinhas do Amazonas.

Em Autazes (distante a 113 quilômetros de Manaus), os animais peçonhentos estão provocando diversos acidentes na população das comunidades que moram próximas aos rios. Neste trimestre já foram registrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde 561 casos. Sendo que 413 notificações foram por picadas de serpentes. No ano passado, foram registrados um total de 3.052 casos, sendo 2.174 com serpentes.

De acordo com o diretor de Assistência da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV), o tratamento deve ser o quanto antes, pois, quanto mais demorar, mais a ação do veneno se agrava, podendo deixar sequelas.

Portanto, é importante que as equipes médicas estejam atentas para identificar o tipo de acidente, para que o tratamento seja o mais específico e precoce possível.

As espécies: surucucu, jararaca e coral, mais comuns na região, segundo o médico veterinário da Gerência de Zoonoses da FVS-AM, Deugles Cardoso.

“As principais serpentes da nossa região são a jararaca, a surucucu e a coral verdadeira. E, 97% dos acidentes são com da espécie jararaca; em torno de 2% com surucucu; e de 1% a 1,5% por coral verdadeiro. Nossa maior preocupação é na avaliação adequada do paciente, para saber qual a cobra que o atacou o paciente”.

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) informa que as serpentes tendem a procurar ambientes mais secos, como residências ou árvores próximas à área residencial. Calçados também são excelentes esconderijos para esses animais. A recomendação é que se use lanternas em ambientes fechados; não colocar as mãos e pés em tocas; e, para trabalhadores rurais, é indispensável o uso de botas de cano alto.