Um vigilante vai ter que esclarecer o motivo de ter uma escopeta calibre 12, sem registro, na mesma casa em que um menino de 9 anos levou um tiro acidental de revólver, disparado por um garoto de 12 anos. O caso aconteceu na terça (16), no bairro Iguatemi, zona leste da capital paulista. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, o estado de saúde da vítima é estável.

Segundo a polícia, o vigia que mora no litoral paulista, deixou guardados, no segundo piso de um sobrado, a escopeta ilegal e um revólver calibre 38, com a documentação em dia. As armas eram mantidas trancadas em um cômodo.

No primeiro piso do imóvel, mora a família do jovem de 12 anos que feriu acidentalmente a criança, quando brincavam sozinhos na casa, junto com o irmão do adolescente, de 9 anos. Os garotos encontraram em um armário de produtos de limpeza uma cópia da chave que dá acesso ao segundo andar do sobrado, onde as armas estavam e, também, onde a mãe do adolescente costuma estender roupas. Ao manusear o revólver, ainda de acordo com a polícia, o jovem de 12 anos atirou acidentalmente no rosto do amigo de 9 anos.

O caso foi registrado como lesão corporal culposa (sem intenção) e posse ilegal de arma de fogo, de uso permitido, no 53º DP (Parque do Carmo).

A facilitação para a compra de armamentos, além do aumento de armas a serem eventualmente guardadas em casa, podem facilitar o acesso de crianças e adolescentes aos arsenais particulares, da mesma forma que de ladrões. “Isso pode levar a tragédias, ainda mais que os decretos também derrubaram a obrigatoriedade para a guarda [dos arsenais] em cofres”, acrescentou uma especialista que é contra a liberação do porte de armas.