Manaus – O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou em entrevista ao Datena, na Rádio Bandeirantes, nesta quinta-feira (28), que não entende o motivo pelo qual o Ministério Público do Amazonas pediu a sua prisão.

O prefeito é acusado de ter favorecido pessoas que não pertencem ao grupo prioritário na vacinação contra a Covid-19 no município, como as “gêmeas milionárias” e a secretária de Saúde, Shadia Fraxe.

Ao se defender das acusações, Almeida confessou que algumas pessoas de fato furaram a fila da imunização, mas acredita que isso não seja motivo de prisão.

“Não tenho medo. Vou ser preso por defender a vida das pessoas? (…). Por 3 ou 4 vacinas hipoteticamente aplicadas fora da fila pedem essas prisões? Não entendo”, disse o prefeito.

Além da secretária de Saúde, 10 médicos que não atuavam na linha de frente do combate à Covid foram nomeados às pressas pela secretaria em cargos de gerência. Para o MP, essas nomeações, feitas justamente nos primeiros dias do início da vacinação, indicam o objetivo da prefeitura de beneficiar grupos com “ligações políticas e econômico-financeiras de apoio político e eleitoral ao atual prefeito”.

Entre os “fura fila”, também estão as “gêmeas milionárias” Gabrielle Kirk Lins e Isabelle Kirk Lins, que receberam a vacina no último dia 19. Logo após, começou a circular em grupos de WhatsApp de profissionais da Saúde imagens da vacinação das duas acompanhada da nomeação de ambas em cargos da secretaria de Saúde, no Diário Oficial de Manaus.

Elas são médicas, mas foram nomeadas às pressas em cargos que dariam prioridade à vacinação contra a Covid. A nomeação de Gabrielle foi publicada no dia 18 de janeiro, um dia antes do início da imunização, como gerente de projetos da pasta. A irmã dela foi nomeada no dia 19 de janeiro.

Fonte: Revista Fórum