Mundo – Em resposta a requerimento feito pelo deputado Ênio Verri (PR), líder do PT na Câmara, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, confirmou que militares dos Estados Unidos acompanharam como observadores a simulação de uma guerra do Exército Brasileiro contra a Venezuela na Amazônia, realizada em setembro ao custo de R$ 6 milhões.

“Informo que, fruto de acordo de reciprocidade de participação em manobras, militares dos Estados Unidos da América acompanharam como observadores”, afirma o ministro. A informação é de Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo desta quinta-feira (18).

O exercício militar ocorreu entre os dias 8 e 22 de setembro e envolveu 3,6 mil militares nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão, no Amazonas. Dias antes, o governo Jair Bolsonaro declarou como persona non grato os representantes diplomáticos do governo Nicolás Maduro no país e reconheceu as pessoas indicadas por Juan Guaidó.

No dia 18, Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, fez uma visita a Roraima e, durante encontro com o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, gerou uma crise diplomática – e na política interna brasileira – ao dizer “vamos tirá-lo de lá”, em referência ao presidente venezuelano, o que foi atribuído a um erro de tradução. O encontro aconteceu um dia depois que o Itamaraty divulgou nota pregando a “extinção do regime ditatorial de Maduro”.

A simulação foi desenvolvida em um campo de batalha em que soldados do país “Azul” tinham que expulsar invasores do país “vermelho”.

Segundo informações do próprio Exército brasileiro, “foram empregados diversos meios militares, tais como viaturas, aeronaves (aviões e helicópteros), balsas, embarcações regionais, ferry-boats, peças de artilharia, o sistema de lançamento de foguetes Astros da artilharia do Exército, canhões, metralhadoras, ‘obuseiro’ Oto Melara e morteiros 60, 81 e 120 mm, além de veículos e caminhões especiais”.

Fonte: Revista Fórum