Após virar celebridade instantânea por ter defendido a aplicação de ozônio pelo ânus como tratamento alternativo para a Covid-19, o prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni, está incomodado com os memes e gozações.

“Não me importa que eu seja alvo de gracejos e fake news, mas essa comoção pode desencorajar aqueles que têm vontade de fazer tratamento, pode causar mortes”, alertou ele, em vídeo postado em seu perfil do Facebook.

Apesar da crença do gestor, que também é médico, não há nenhuma evidência científica sobre a eficácia do ozônio (gás formado por três moléculas de oxigênio, e não duas, como o ar que respiramos) contra o novo coronavírus.

“De acordo com nota técnica publicada em abril deste ano, o efeito da ozonioterapia em humanos infectados por coronavírus (Sars-Cov-2) ainda é desconhecido e não deve ser recomendado como prática clínica ou fora do contexto de estudos clínicos”, informou, por nota, o Ministério da Saúde na tarde desta quarta-feira (5/8).

Insistência

Em nota após a repercussão, a Prefeitura de Itajaí adotou tom técnico e informou que a cidade “está em processo de inscrição para participar de um estudo multicêntrico da Associação Brasileira de Ozonioterapia (Aboz), aprovado pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (CONEP), para avaliação da ozonioterapia em pacientes com coronavírus”.

O prefeito, por sua vez, fez a defesa política de sua atuação. “As pessoas deturparam, distorceram e criaram essa gozação, fizeram toda essa pilhéria, essa piada, esses memes. É algo muito grave. Na linha do tempo, as pessoas vão rever essas atitudes totalmente desconcertadas”, discursou o prefeito em outra manifestação, dessa vez em entrevista à rádio CBN nesta quarta.

No vídeo que postou nas redes, ele falou mais sobre sua decepção. “É um esforço para dar mais uma opção, mas tem sido encarado com escárnio e zombaria. Preocupado apenas em salvar vidas, e em proteger saúde, não imaginei que fosse criar repercussão tão grande, piadas, memes e repercussão sensacionalistas. Mas não vejo razão, porque são muitas famílias chorando”, reclamou.