Não é de agora que jogadores e repórteres negros vêm sofrendo discriminação racial no campo e/ou em transmissões para os canais de TV.
Por muito tempo a aparição de repórteres negros à frente das coberturas era quase inexistente. No entanto, com o tempo isso vem mudando, mesmo que ainda seja em passos lentos, atualmente conseguimos ligar a TV e assistir um profissional negro falando.
Na terça-feira (24/08), o repórter Luiz Teixeira, que trabalha na Globo e SporTV, usou a plataforma Twitter para escrever sobre um ocorrido de racismo enfrentado pelo profissional, o jornalista conta os casos de discriminação racial que se depara quando vai cobrir jogos de futebol e fala que sempre pensam que ele é o câmera ou auxiliar, mesmo vestido com o uniforme da emissora.
Mais uma vez fui "questionado", no credenciamento de um jogo, se eu era câmera ou auxiliar, mesmo sendo o único repórter de campo e com a roupa da transmissão. Não fiz nem 6 meses de @tvglobo e perdi as contas de quantas vezes isso já aconteceu. É duro aceitar um repórter negro?
— Luiz Teixeira (@luizteixeira) August 24, 2021
Ser confundido com as funções citadas acima, não quer dizer desmerecer os profissionais que a exercem, mas o ponto em questão é – na sua maioria os negros sempre são vistos em papeis subalternos e marginalizados, como por exemplo em novelas, filmes etc. Essa visão preconceituosa parte do racismo estrutural presente na sociedade brasileira.
O jornalista também explica que não estaria diminuindo nenhuma profissão, mas “questionava” o motivo de nunca achar que ele fosse o apresentador.
Todas as funções são essências e importantes para uma transmissão de TV acontecer. TODAS! Mas ser sempre o "confundido" gera um desgaste grande e pra mim NUNCA será normal, principalmente por saber o real motivo do "deslize" e por ver que o "procedimento padrão" só serve pra um.
— Luiz Teixeira (@luizteixeira) August 24, 2021
Foto: Arquivo/ Reprodução