Covid-19 – Além de dificuldades respiratórias de longo prazo e perda de olfato e paladar, cientistas e médicos da Itália e dos Estados Unidos estão começando a apontar novas consequências de longo prazo para a covid-19, como a disfunção erétil.

Em uma entrevista à rede de televisão americana NBC, a especialista em doenças infecciosas, Dena Grayson, afirmou estar crescendo a preocupação de que a covid-19 poderia causar dificuldades de ereções no longo prazo. “Nós sabemos que a doença causa problemas vasculares”, disse Grayson. “Então isto é algo de grande preocupação, não apenas de que esse vírus pode matar, mas também causar consequências de longo prazo”.

A afirmação de Grayson é em linha com um estudo publicado em julho por cientistas italianos, que afirmaram que a disfunção erétil é tanto uma consequência quanto um fator de risco para a doença. De acordo com os autores da pesquisa, pessoas que já apresentavam disfunção erétil estariam mais aptas a desenvolver a pneumonia causada pelo coronavírus.

A dificuldade em manter uma ereção é um problema que pode ter múltiplas causas, tanto fisiológicas quanto psicológicas, como fatores afetando o sistema cardiovascular, o sistema nervoso e até o sistema endrócrino. O coronavírus, sabe-se, pode atacar o endotélio, as paredes internas dos tecidos sanguíneos, o que pode causar o bloqueio de vasos de sangue — sem poder fluir sangue normalmente é daí que a doença pode causar algum tipo de dificuldade de manter uma ereção, causada pela ida de sangue para o pênis.

Embora essa causa da covid-19 possa explicar o fenômeno de disfunção erétil em alguns pacientes de covid-19, os cientistas afirmam ser necessários realizar mais testes e pesquisas para determinar a correlação da doença com uma eventual impotência.

Os fatores de risco

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o grupo de risco para a covid-19 é composto de pessoas com mais de 60 anos, com condições prévias de saúde (como diabetes, problemas do coração ou respiratórios).

Um estudo feito por pesquisadores chineses e americanos feito em abril deste ano mostrou que dos 85 voluntários estudados, 72,9% eram homens e tinham idade média de 65,8 anos — o que vai ao encontro do grupo de risco apontado pela OMS.

Fonte: Exame