Um investigador da Polícia Civil do Amazonas, de 32 anos, morreu em Manaus na terça-feira (16), cerca de dois meses após ter sido afastado das funções por suspeita de abuso sexual contra presos em uma delegacia de São Gabriel da Cachoeira, no interior do estado. Ele estava internado desde domingo (15) em um hospital particular da capital e teve falência múltipla de órgãos.

Informações preliminares apontam que a morte pode estar relacionada ao uso excessivo de medicamentos, entre eles remédios para dormir. Há ainda indícios de que o quadro clínico tenha sido agravado pelo consumo de entorpecentes, conforme apuração inicial. A Polícia Civil do Amazonas foi procurada para comentar o caso, mas ainda não havia se manifestado até a última atualização.

O corpo do investigador foi velado em Manaus na presença de amigos e, posteriormente, levado para Boa Vista, onde ocorreu o sepultamento realizado pela família.

O servidor havia sido afastado em outubro, após a Corregedoria da Polícia Civil do Amazonas instaurar procedimento para apurar denúncias de abuso sexual contra cinco detentos dentro de uma cela em uma delegacia de São Gabriel da Cachoeira. O caso passou a ser investigado em sigilo devido à gravidade das acusações.

Segundo os relatos apurados à época, o investigador teria chegado embriagado à unidade policial após participar de uma festa e obrigado os presos a manter relações sexuais com ele. Durante a ação, os detentos conseguiram tomar a arma do servidor.

No dia seguinte, os presos comunicaram o ocorrido ao delegado responsável pela unidade e entregaram a arma. Diante da denúncia, a Corregedoria foi acionada imediatamente e deu início à investigação interna.

Em nota divulgada anteriormente, a Polícia Civil do Amazonas informou que colaborava com as apurações, confirmou o afastamento preventivo do servidor e destacou que não compactua com qualquer tipo de desvio de conduta dentro da instituição.