O futuro político do Prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), foi colocado em xeque na tarde da última terça-feira (16), após o voto do Conselheiro Júlio Pinheiro, do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), que se manifestou contrário à aprovação das contas do gestor referentes ao exercício de 2024.

A decisão do relator, se seguida pelo pleno do tribunal, pode abrir um “abismo político” para o prefeito da maior capital do norte do País. O principal risco reside na inelegibilidade, que se concretizaria caso as contas sejam desaprovadas pelo órgão e, posteriormente, pela Câmara Municipal de Manaus (CMM).

O cenário é particularmente delicado para David Almeida, que tem demonstrado ambições de disputar o Governo do Amazonas em 2026. A reprovação das contas o transformaria em uma “carta fora do baralho” no tabuleiro político, enfraquecendo seu poder de fogo e inviabilizando alianças.

“Assim como na guerra, em política, um líder sem aliados é um general sem infantaria”, destaca a análise, sublinhando que a inelegibilidade abriria margem para a judicialização de sua permanência na política por parte de seus oponentes.

VOTO CONTRÁRIO E SEM RESSALVAS

O voto de Júlio Pinheiro divergiu do parecer do procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), João Barroso de Souza, que havia orientado a aprovação das contas com “ressalvas”.

“Voto sugerindo o egrégio tribunal pleno, por tudo aqui relatado, tudo aquilo já julgado pelo tribunal em outras ocasiões (…) para que emita parecer prévio, recomendando à augusta Câmara Municipal de Manaus a desaprovação das contas do prefeito do município de Manaus relativo ao exercício de 2024, de responsabilidade do senhor David Antônio Abisai Pereira de Almeida.”

A decisão final cabe ao Pleno do TCE-AM, que emitirá um parecer prévio para a CMM. No entanto, o voto do relator já acende um alerta máximo no gabinete do prefeito, transformando o final de 2025 em um período de grande incerteza política.