O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou Israel de estar fazendo uma ‘limpeza étnica’ na Faixa de Gaza durante discurso em uma reunião da ONU nesta segunda-feira (22), em Nova York. O chefe do Executivo brasileiro repudiou as ações do Exército israelense e afirmou que o que está acontecendo na Palestina é um genocídio.

“O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel quanto a Palestina tem o direito de existir”, afirmou o presidente.

Durante a fala, Lula lembrou que o Brasil já reconheceu o Estado da Palestina em 2010 e que grande parte dos países já assumiu esse compromisso também (de 193, 150 já reconheceram). Sobre o ataque do Hamas a Jerusalém em 7 de outubro de 2023, o presidente recordou que o Brasil condenou o bombardeio na época. No entanto, o chefe de Estado afirmou que nada justifica a reação prolongada de Israel à ofensiva.

“O direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis. Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de 50 mil crianças. Nada justifica destruir 90% dos lares palestinos. Nada justifica usar a fome como arma de guerra, nem alvejar pessoas famintas em busca de ajuda”, complementou Lula.

Além disso, o chefe do Executivo disse que o Brasil se compromete a reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais da Cisjordânia (região ocupada por Israel) e manter suspensas as exportações de material de defesa que possam ser usados em crimes contra a humanidade e genocídios.

Sobre a omissão do Conselho de Segurança da ONU diante dos acontecimentos na Faixa de Gaza, o chefe de Estado brasileiro disse apoiar a criação de um órgão inspirado num comitê especial, como ocorreu quando houve o apartheid na África do Sul.