A Justiça do Amazonas deu prosseguimento à ação penal que investiga o assassinato do jovem palestino Mohammad Manasrah e a tentativa de homicídio de seu irmão, Ismail Manasrah. Em decisão proferida na última quarta-feira, 10 de setembro, o juiz Fábio César de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da capital, acatou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra Robson Silva Nava Júnior e Bruno da Silva Gomes.

Na fundamentação de sua decisão, o magistrado considerou que as provas coletadas durante o inquérito policial são suficientes para indicar a possível responsabilidade dos dois acusados pelo crime. O incidente ocorreu em março deste ano, após uma discussão em uma boate localizada na Zona Centro-Sul de Manaus.

PRISÃO MANTIDA E FORAGIDO – O Juiz Fábio César de Souza manteve a prisão preventiva de Bruno da Silva Gomes, que já se encontra detido desde fevereiro. A medida visa resguardar a integridade física do irmão da vítima e de uma testemunha-chave, além de mitigar o potencial “risco à segurança de terceiros” e evitar a “sensação de impunidade” que a soltura poderia gerar.

Por outro lado, Robson Silva Nava Júnior permanece foragido da polícia. Apesar de ter dois mandados de prisão (temporária e preventiva) expedidos em seu nome, o acusado já possui defesa constituída, o que indica que o processo seguirá seu curso mesmo com sua ausência.

DETALHES DO CRIME – O crime que vitimou Mohammad Manasrah e feriu Ismail Manasrah ocorreu na madrugada de 5 de março, na rua Rio Içá, no bairro Nossa Senhora das Graças, em frente à casa noturna Rox Club e Lounge. A tensão teve início dentro do estabelecimento, quando Bruno da Silva Gomes teria impedido Ismail de se aproximar de seu irmão para quitar a conta.

Já do lado externo da boate, os irmãos palestinos foram abordados pela dupla de acusados. A denúncia do MPE descreve que Robson Nava Júnior teria iniciado um diálogo aparentemente pacífico com as vítimas, em uma manobra que é apontada como distração. Simultaneamente, Bruno da Silva Gomes, escondido entre veículos estacionados, teria realizado um ataque surpresa utilizando um caco de garrafa.

Mohammad Manasrah foi atingido no pescoço e veio a óbito no local. Ismail Manasrah, ao tentar proteger o irmão, sofreu cortes profundos no rosto e nas costas, mas sobreviveu ao ataque.

Com a admissão da denúncia, o caso avança para a fase de instrução processual. Esta etapa incluirá a oitiva de testemunhas, a produção de provas periciais e testemunhais, e demais diligências necessárias antes que o caso seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. As investigações policiais prosseguem ativas com o objetivo de localizar e prender Robson Nava Júnior, que é apontado como peça central na execução do crime e acusado de agir com premeditação.