
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou na noite desta segunda-feira (22) que indicou o aceite da contraproposta apresentada pela Petrobras e orientou a suspensão da greve da categoria, que já durava oito dias. A decisão, aprovada pelo Conselho Deliberativo da entidade, ainda será submetida às assembleias dos trabalhadores, que começam a ser convocadas ainda hoje.
O movimento teve início em 15 de dezembro e atingiu unidades estratégicas da estatal, incluindo 6 refinarias, 16 plataformas e instalações da Transpetro, da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e da Petrobras Biocombustível (PBio). Sindicatos relataram adesão integral em plataformas da Bacia de Campos, enquanto a Petrobras afirmou que não houve impacto na produção nem no abastecimento de combustíveis durante a paralisação.
Segundo a FUP, a mobilização resultou em avanços em três eixos principais da campanha reivindicatória:
Fundo de pensão Petros – formalização de carta-compromisso para buscar solução aos Planos de Equacionamento de Déficits (PEDs), com base em modelo discutido com o Tribunal de Contas da União (TCU).
Ampliação de direitos e benefícios – impactando trabalhadores ativos, aposentados, pensionistas e prestadores de serviço.
Pauta pelo Brasil Soberano – instalação de fórum permanente para tratar de temas como transição energética, fortalecimento do Sistema Petrobras e futuro das subsidiárias.
Entre os pontos acordados estão a garantia de que não haverá punições aos grevistas, o abono de 50% dos dias parados, com o restante descontado sem reflexos e possibilidade de compensação via banco de horas. A Transpetro também se comprometeu a criar um grupo de trabalho para tratar de distorções entre trabalhadores de Coari e Urucu, no Amazonas.
A FUP destacou ainda avanços econômicos e sociais no Acordo Coletivo de Trabalho, incluindo reajustes nos vales-alimentação e refeição, criação de auxílio-alimentação mensal, redução da participação dos empregados nos custos de transporte, melhorias nas condições de trabalho em unidades offshore e durante paradas de manutenção, além de medidas voltadas à saúde, segurança, diversidade e proteção social.
Durante a greve, a FUP considerou a proposta inicial da Petrobras insuficiente e criticou o que chamou de tentativas de retirada de direitos. O movimento também registrou episódios de tensão, como a detenção de dirigentes sindicais durante manifestações na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro. A Petrobras afirmou que acompanhou o caso e respeita o direito de manifestação dos empregados, mantendo equipes de contingência e garantindo a continuidade das operações durante todo o período.







