
Enquanto a Havaianas enfrentou forte repercussão negativa neste fim de semana após lançar uma campanha publicitária interpretada como de viés político contra a direita, sua principal concorrente no mercado de sandálias, a Grendene, possui entre seus maiores acionistas empresários que fizeram doações às campanhas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e 2022.
Alexandre Grendene Bartelle, um dos fundadores da companhia e detentor de 44,14% das ações, doou R$ 1 milhão à campanha de Bolsonaro em 2022, conforme registros da Justiça Eleitoral. O mesmo valor foi repassado por seu irmão, Pedro Grendene Bartelle, que possui 13,89% do capital da empresa.
Nas eleições de 2018, quando Bolsonaro venceu a disputa presidencial, os dois empresários também contribuíram financeiramente para a campanha, mas com valores menores: R$ 3 mil cada. Naquele ano, o então candidato tinha uma estrutura de campanha mais modesta, com gastos totais de R$ 2,4 milhões, bem abaixo dos R$ 37,5 milhões investidos por seu principal adversário, Fernando Haddad (PT).
A Grendene é proprietária de marcas consolidadas no mercado de calçados, como Ipanema, Grendha, Melissa, Rider e Cartago, e disputa diretamente o segmento popular ocupado pela Havaianas.
CEO da Havaianas e governo Lula
Já a Alpargatas, controladora da Havaianas, tem como CEO Liel Marcio Cintra Miranda, executivo que integrou o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), órgão consultivo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conhecido como “Conselhão”.
Liel foi nomeado membro do colegiado por decreto presidencial em maio de 2023. Em junho de 2024, foi desligado do conselho após deixar a presidência da operação brasileira da multinacional Mondelez International.







