Pesquisa divulgada nesta terça-feira (16/12) aponta que 62% dos entrevistados afirmam que não votariam de jeito nenhum em Flávio Bolsonaro (PL) para presidente. Outros 13% dizem que votariam, enquanto 23% afirmam que poderiam votar. O levantamento é o primeiro a testar o desempenho eleitoral do senador após sua escolha como candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A pesquisa também marca a primeira rodada sem o nome de Jair Bolsonaro entre os possíveis presidenciáveis, avaliando, pela primeira vez, o desempenho de aliados e herdeiros políticos do ex-presidente sem sua presença direta no cenário eleitoral.

Indicação divide a direita

A escolha de Flávio Bolsonaro provocou divisão na direita brasileira. O movimento acirrou a disputa interna entre o bolsonarismo mais fiel e a ala considerada moderada, que defendia o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Nas redes sociais, apoiadores mais próximos de Jair Bolsonaro celebraram a decisão, enquanto aliados de Tarcísio reagiram com críticas, ironias e acusações de autossabotagem eleitoral.

Intenção de voto espontânea

Na intenção de voto espontânea, quando o entrevistado responde sem acesso a uma lista de candidatos, Flávio Bolsonaro aparece com 5% das menções. O desempenho é bem inferior ao registrado por Jair Bolsonaro em dezembro de 2021, quando o ex-presidente alcançava 15% nesse mesmo tipo de pergunta.

Primeiro turno: Flávio fica em segundo

Nos cenários estimulados de primeiro turno, Flávio Bolsonaro aparece sempre em segundo lugar, atrás do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que varia entre 34% e 41%, conforme o cenário apresentado.

O senador registra:

  • 23% nos cenários contra Lula, Ratinho Jr., Renan e Aldo;

  • 23% quando disputa com Lula, Tarcísio, Renan e Aldo;

  • 26% no cenário com Zema;

  • 27% quando o adversário é Caiado;

  • 23% em um cenário mais amplo, com Ratinho, Zema e Caiado;

  • 21% quando Ciro Gomes entra na disputa.

Em todas as simulações, Flávio aparece à frente de nomes como Ratinho Jr., Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ciro Gomes.

Segundo turno: Lula abre vantagem

Em um eventual segundo turno entre Lula e Flávio Bolsonaro, o presidente lidera com 46%, contra 36% do senador. Outros 3% se dizem indecisos, enquanto 15% afirmam que votariam em branco, nulo ou não compareceriam às urnas. A vantagem de Lula é de 10 pontos percentuais.

O recorte por posicionamento político mostra forte polarização. Entre eleitores bolsonaristas, 88% votariam em Flávio, contra 5% em Lula. Entre lulistas, 97% escolheriam Lula, e apenas 1% optaria por Flávio. Já entre os eleitores independentes, Lula aparece com 37%, contra 23% do senador.

Avaliação da escolha de Bolsonaro

A indicação de Flávio Bolsonaro é vista de forma negativa pela maioria dos entrevistados. 54% consideram que Jair Bolsonaro errou, enquanto 36% avaliam que ele acertou. Outros 10% não souberam ou preferiram não responder.

Entre bolsonaristas, 78% avaliam positivamente a escolha. Já entre lulistas, 78% consideram a decisão equivocada. No grupo dos eleitores independentes, 56% dizem que Bolsonaro errou.