O forte temporal que atingiu Manaus e a região metropolitana na noite de domingo (7) voltou a expor a fragilidade da infraestrutura da Amazonas Energia. A concessionária informou que o evento climático causou “danos severos” à rede, mas a interrupção em larga escala — que deixou dezenas de milhares de moradores no escuro — gerou críticas pela lentidão na resposta e pela incapacidade da empresa de evitar novos apagões mesmo após sucessivas ocorrências semelhantes.

A Defesa Civil já havia emitido alerta para chuvas intensas ainda no domingo, indicando a gravidade do cenário, mas, mesmo assim, o sistema da concessionária entrou rapidamente em colapso.

Mobilização tardia e falta de eficiência

A Amazonas Energia acionou seu Plano de Contingência e anunciou reforço de mais de 100% no número de equipes, passando de 33 para 76 grupos de atendimento, totalizando 280 profissionais. Segundo a empresa, as equipes incluíam contingentes leves, pesados, linha viva, poda e setores comerciais, direcionados à recomposição da rede.

Apesar disso, a concessionária alegou que as chuvas contínuas até a madrugada desta segunda-feira dificultaram o início dos trabalhos, que só poderiam ocorrer em “condições seguras”, prolongando o apagão para boa parte da população.

50 mil permanecem sem energia

Até agora, apenas 53% dos clientes afetados tiveram o fornecimento restabelecido. A própria Amazonas Energia admite que cerca de 50 mil moradores de Manaus e da região metropolitana continuam sem energia — um número elevado que reforça a percepção de falhas estruturais e de incapacidade operacional diante de eventos climáticos que se repetem todos os anos.

A empresa afirma que as equipes seguem atuando ao longo desta segunda-feira (8) para normalizar o sistema e orienta que consumidores utilizem os canais de atendimento para registrar ocorrências — medida vista por muitos clientes como ineficaz diante do quadro de instabilidade e demora na recomposição da rede.