
Cuba afirmou nesta quinta-feira (4) que não mantém qualquer vínculo com o narcotráfico e que segue cooperando com os Estados Unidos dentro do acordo bilateral firmado em 2016. A declaração foi feita por representantes do Ministério do Interior e do Ministério da Justiça em uma rara coletiva, em meio ao aumento da tensão regional provocado pela intensificação das operações militares americanas no Caribe, próximas à Venezuela.
As autoridades reiteraram que o país não produz nem serve de rota para drogas ilícitas e reforçaram a política de tolerância zero adotada pelo governo. O coronel Juan Carlos Poey, responsável pelo órgão de combate às drogas do Minint, classificou como “séria ameaça” o atual posicionamento militar dos EUA na região, sob o argumento de combater o narcotráfico.
Segundo Poey, o consumo em Cuba é marcado principalmente por drogas sintéticas, em grande parte provenientes dos Estados Unidos. Já o primeiro coronel Ybey Carballo, do Estado-Maior das Tropas de Guarda de Fronteira, afirmou que há troca direta de informações de inteligência com órgãos americanos, incluindo comunicações em tempo real sobre embarcações suspeitas. Essas cooperações, segundo ele, são reconhecidas pelo Serviço de Guarda Costeira dos EUA.
Neste ano, mais de duas toneladas de drogas foram apreendidas no país. As autoridades admitem preocupação com o aumento do consumo, especialmente entre jovens, embora não divulguem estatísticas detalhadas.
O ministro da Justiça, Oscar Silvera, disse que o enfrentamento ao problema é centrado na prevenção e destacou que julgamentos rigorosos continuam sendo utilizados para inibir o tráfico interno, incluindo penas que chegam a 15 anos de prisão.







