
O Ministério Público da Venezuela afirmou que a opositora María Corina Machado será tratada como foragida caso deixe o país para participar da cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, marcada para 10 de dezembro, em Oslo, na Noruega.
A ameaça foi feita pelo procurador-geral Tarek William Saab, alinhado ao regime de Nicolás Maduro, que afirmou que a líder opositora é alvo de investigações por supostos crimes de conspiração, incitação ao ódio, terrorismo e apoio a “ações externas hostis”. Para críticos, trata-se de mais um passo da perseguição política promovida pela ditadura venezuelana.
Regime associa oposição a presença militar dos EUA
Saab tentou vincular declarações de María Corina à presença de navios militares dos Estados Unidos no Mar do Caribe, movimento que o governo Maduro interpreta como ameaça externa. Segundo o procurador, qualquer viagem internacional da opositora seria considerada evasão dos processos em andamento.
O Comitê do Nobel confirmou que María Corina pretende viajar à Noruega para receber o prêmio por sua atuação em defesa da democracia na Venezuela. O presidente do comitê, Jørgen Watne Frydnes, classificou a operação como “complexa” e destacou que o regime de Maduro demonstra clara disposição de neutralizar a oposição, ressaltando a necessidade de condições mínimas de segurança para ida e retorno da premiada.
Em diversas entrevistas, María Corina declara que não possui liberdade de movimento enquanto Maduro permanecer no poder e afirma temer por sua própria integridade física. Seu partido, Vente Venezuela, convocou para 6 de dezembro a “Marcha Global pela Liberdade”, um ato internacional de apoio à líder opositora e às reivindicações democráticas no país.







