
O cantor e compositor Lô Borges, um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, morreu na noite de domingo (2), aos 73 anos. O artista mineiro estava internado no Hospital Unimed, em Belo Horizonte, desde o dia 17 de outubro, em tratamento por um quadro de intoxicação medicamentosa.
Salomão Borges Filho, conhecido artisticamente como Lô Borges, nasceu em Belo Horizonte em 10 de janeiro de 1952 e se tornou um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Ao lado de Milton Nascimento e Beto Guedes, ganhou destaque como um dos pilares do Clube da Esquina.
O movimento, criado na esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, na região Leste de Belo Horizonte, revolucionou a música brasileira ao unir MPB, rock, jazz, folk e música clássica. Em 1972, aos 20 anos, Lô coassinou com Milton o álbum duplo Clube da Esquina, considerado um dos maiores da história do país, com faixas como O Trem Azul, Paisagem da Janela e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo.
O disco foi eleito pela revista Rolling Stone como o sétimo melhor da música brasileira. No mesmo ano, Lô lançou seu primeiro trabalho solo, conhecido como Disco do Tênis, consolidando seu estilo psicodélico e experimental.
Ao longo da carreira, o compositor teve suas canções gravadas por grandes nomes da MPB, como Elis Regina, Tom Jobim, Skank, Flávio Venturini, Nando Reis e 14 Bis. Com mais de 14 álbuns lançados, o mais recente, Céu de Giz, saiu em parceria com Zeca Baleiro em agosto de 2025.
Entre seus reconhecimentos está a indicação ao Grammy Latino 2023, na categoria “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa”, pelo disco Não Me Espere na Estação, feito em parceria com o letrista mineiro César Maurício. No Spotify, Lô Borges contabiliza cerca de 500 mil ouvintes mensais, com destaque para as canções Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, O Trem Azul e Paisagem da Janela.
Durante a internação em outubro, a equipe médica informou que o artista havia apresentado melhora, mas sem previsão de alta. Lô Borges deixa um filho, Luca Borges, de 27 anos, cinco irmãos — Márcio, Telo, Marilton, Nico e Yé — e uma legião de fãs que o consideram um dos maiores ícones da música brasileira.







