O desmatamento na Amazônia brasileira caiu 11% nos 12 meses até julho deste ano em comparação ao período anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. É o quarto ano consecutivo de queda no bioma.

O sistema Prodes, que monitora oficialmente o desmatamento, registrou a perda de 5.796 km² na Amazônia — o terceiro menor valor desde 1988 e uma redução de 50% em relação a 2022.

“Nem nos meus melhores planos imaginei que chegaríamos a uma redução de 50% na Amazônia em comparação a 2022. Não é fácil conseguir uma queda em cima de outras quedas”, afirmou a ministra Marina Silva ao apresentar os números.

No Cerrado, o desmatamento caiu 11,49% no mesmo período, no segundo ano consecutivo de redução, representando uma queda de 34% em relação a 2023, com 7.235 km² perdidos. A maior parte dessa perda está concentrada na região do Matopiba — Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — que passou de 75% para 79% do desmatamento do bioma.

De acordo com o secretário extraordinário de controle do desmatamento, André Lima, a redução nos dois biomas representa 734 milhões de toneladas de CO₂ a menos, equivalente às emissões de França e Espanha juntas. Para o secretário-executivo do ministério, João Paulo Capobianco, os números mostram a “enorme capacidade do Brasil de controlar o desmatamento”.

No entanto, enquanto a taxa geral de desmatamento cai, cresce o percentual de desmatamento por degradação progressiva, principalmente por queimadas. Em 2022, apenas 7% da área desmatada era degradada; em 2025, esse índice subiu para 38%, indicando uma mudança do desmatamento direto para queimadas que degradam o terreno.

Com os dados divulgados a poucos dias da COP30 em Belém, o governo brasileiro ganha um argumento importante para mostrar avanços no controle do desmatamento, principal causa das emissões de gases do efeito estufa no país.