Um dia após sancionar a lei que autoriza um empréstimo de R$ 145 milhões para a prefeitura de Manaus, elevando o endividamento do município, surge a informação de que David Almeida, por meio da Secretaria de Educação, já gastou mais de R$ 408 milhões em merenda escolar durante seus dois mandatos. O levantamento aponta 178 contratos firmados com diversas empresas para fornecimento de gêneros alimentícios, incluindo pães, frutas, verduras, carnes, frango, polpas de fruta e temperos.

Apesar do alto volume de recursos, foram identificados sobrepreços em contratos e relatos de funcionários que precisaram tirar dinheiro do próprio bolso para garantir alimentação aos alunos da rede municipal.

Em maio de 2023, mesmo com um investimento federal de R$ 37 milhões voltado à merenda escolar, muitas escolas serviam apenas bolacha e suco durante o recreio, gerando críticas na Câmara Municipal. O vereador Professor Samuel (PSD) defendeu a prática, afirmando que “merenda é merenda, não é almoço”, enquanto parlamentares da oposição, como Professora Jacqueline (União Brasil) e Lissandro Breval (PP), destacaram a gravidade da situação diante da vulnerabilidade alimentar de boa parte dos alunos.

Entre as empresas contratadas, algumas se destacam por irregularidades, como a VIP Comércio e Serviços de Produtos de Informática Ltda, que recebeu R$ 14 milhões para fornecer frango, carne bovina, biscoitos e extrato de tomate, e a Comercial CJ – Comércio de Produtos Alimentícios LTDA, contratada por R$ 3,5 milhões para fornecer leite condensado, cujo preço estava 128% acima do mercado local.

O caso evidencia problemas na gestão de recursos públicos destinados à alimentação escolar, mesmo após o aumento do endividamento municipal autorizado pelo empréstimo recente.