Em meio às expectativas de um acordo entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (27) que o país enviará uma “equipe de alto nível” para conduzir as negociações com Washington. Segundo o petista, o grupo será formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; Relações Exteriores, Mauro Vieira; e pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin.

“Toda vez que tiver uma dificuldade, eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem meu telefone e eu tenho o telefone dele, nós vamos colocar as equipes para negociar, minha equipe é de alto nível”, disse Lula à imprensa.

O presidente explicou que os assuntos em pauta incluem o fim das punições aos ministros do STF e ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, além das taxações impostas aos produtos brasileiros. Ele também afirmou que entregou a Trump um documento detalhando os pontos discutidos, incluindo provas sobre o superávit dos Estados Unidos na balança comercial com o Brasil.

Apesar dos comentários positivos sobre o encontro, Lula destacou que não esperava fechar um acordo em apenas uma reunião:

“Não era possível, nem vocês acreditam que em uma única conversa a gente pudesse resolver os problemas, o que estabelecemos é uma regra de negociação”, afirmou.

Mais cedo, o presidente disse estar confiante quanto à negociação:

“Eu volto para o Brasil satisfeito com a reunião que tive com o Presidente Trump. Se depender dele e de mim, teremos um acordo. Estamos dispostos a fazer com que Brasil e Estados Unidos continuem com a relação que já cultivamos há 201 anos”, escreveu Lula no X.

Na segunda-feira (27), a comitiva brasileira, formada pelo chanceler Mauro Vieira, o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Márcio Elias Rosa, e o assessor internacional da Presidência, Audo Faleiro, conduziu as conversas com os americanos, representados por Scott Bessent e Jamieson Greer. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, não participou.

Sobre os próximos passos, Lula comentou que a atenção dos EUA estará voltada para o encontro de Trump com Xi Jinping em Seul, enquanto o Brasil se prepara para a COP30, em Belém, em novembro.

“Estou muito otimista em relação à reunião. Não estou pedindo nada que não seja justo para o Brasil”, afirmou o presidente.