O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um vídeo nas redes sociais no último sábado (16), onde aparece plantando uvas no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência brasileira. A ação não foi apenas simbólica; Lula aproveitou a oportunidade para criticar as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre algumas exportações brasileiras, incluindo a uva.

No vídeo, Lula afirma que a produção da fruta, agora com dificuldade de competitividade devido às tarifas, poderá ser redirecionada para a merenda escolar. “Não adianta o presidente Trump taxar nossa uva. Se necessário, ela vai para a merenda escolar”, disse o presidente, enquanto se ajoelhava no gramado, com as mãos sujas de terra, plantando a variedade Vitória.

O petista expressou seu desejo de que Trump um dia visite o Brasil e conheça o “Brasil verdadeiro”, ressaltando a abertura dos brasileiros para com o mundo, incluindo os Estados Unidos, Rússia, China e Venezuela. “Estou plantando comida, não plantando violência e ódio. Espero que um dia possamos conversar, presidente Trump, para o senhor aprender a qualidade do povo brasileiro”, afirmou.

A relação entre Lula e Trump tem se tornado cada vez mais tensa, especialmente após o anúncio das tarifas. Na última quinta-feira (14), Trump criticou o Brasil como um “parceiro comercial terrível” e mencionou uma suposta “execução política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta um julgamento por liderar uma tentativa de golpe após as eleições de 2022. Trump reiterou sua amizade com Bolsonaro, chamando-o de um homem honesto.

Em um movimento adicional, o governo dos Estados Unidos anunciou na semana passada o cancelamento dos vistos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), de sua esposa e da filha de 10 anos. Medidas semelhantes já haviam sido aplicadas a outros membros da equipe de saúde brasileira, como o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Júlio Tabosa Sales, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, justificou as sanções mencionando o programa Mais Médicos, criado durante o governo de Dilma Rousseff para suprir a falta de médicos em áreas carentes do Brasil. Padilha chefiava o Ministério da Saúde na época da implementação desse programa, o que intensificou as tensões entre os dois países.

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