Brazilian senator Flavio Bolsonaro takes part in the signing ceremony of the decree granting autonomy to the Central Bank of Brazil, at the Planalto Palace in Brasilia, on February 24, 2021. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apresentou nesta quarta-feira (23) ao Senado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de agir de forma “político-partidária”.

A iniciativa foi motivada pelas medidas cautelares impostas por Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acessar redes sociais. O ministro também criticou articulações feitas por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra decisões do STF.

Na petição, Flávio sustenta que Moraes deixou de exercer a função de magistrado imparcial para assumir um papel de destaque político, antecipando julgamentos, censurando comunicações privadas e criminalizando manifestações políticas legítimas.

“O ministro extrapola os limites da jurisdição penal com viés político-partidário sem precedentes”, escreveu Flávio, que classificou as medidas contra Bolsonaro e Eduardo como “desproporcionais”.

Ele também comparou o caso atual com 2016, quando Dilma Rousseff denunciou um suposto golpe na ONU sem sofrer censura judicial. Além disso, citou o ministro Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula na Lava Jato, que hoje atua no STF sem restrições semelhantes.

Para Flávio, há um “critério ideológico seletivo” que beneficia políticos de esquerda e reprime opositores. Ele afirma que o pedido de impeachment não ameaça a independência do Judiciário, mas cumpre a função constitucional do Senado de fiscalizar ministros que descumpram suas atribuições.