
O dólar teve forte queda nesta quinta-feira (5) e fechou abaixo de R$ 5,60 pela primeira vez em 2025, refletindo o enfraquecimento global da moeda norte-americana. A baixa foi impulsionada por sinais de pausa no ciclo de cortes de juros do Banco Central Europeu (BCE) e pelo avanço nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
A cotação à vista caiu 1,03%, encerrando o dia em R$ 5,5871 — menor valor de fechamento do ano e o mais baixo desde 14 de outubro de 2024, quando fechou a R$ 5,5827. No acumulado de 2025, o dólar já recua 9,58%.
Na B3, o dólar futuro para julho caía 0,82%, cotado a R$ 5,6165 às 17h45.
O Ibovespa, por sua vez, caiu 0,56%, aos 136.236,37 pontos, pressionado pelas ações de bancos e da Hapvida, que liderou as perdas após divulgar redução no número de beneficiários em abril. Em contrapartida, a Suzano teve destaque positivo com a criação de uma joint venture global com a Kimberly-Clark. O volume financeiro ficou em R$ 19,98 bilhões.
No cenário externo, o BCE cortou os juros, mas indicou uma pausa no ciclo, o que reduziu as expectativas de novos cortes e ajudou a fortalecer o euro frente ao dólar. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a instituição está em uma “boa posição” para enfrentar incertezas, sem se comprometer com novos movimentos.
Outro fator positivo para moedas emergentes foi o avanço no diálogo entre EUA e China. Em telefonema, os presidentes Donald Trump e Xi Jinping discutiram questões comerciais e sinalizaram um tom mais construtivo. A notícia impulsionou moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
Segundo a estrategista-chefe da Nomad, Paula Zogbi, o ambiente externo mais favorável elevou o apetite por risco e beneficiou especialmente moedas de economias ligadas à China.
O dólar oscilou bastante ao longo do dia: chegou a R$ 5,6382 na máxima e bateu R$ 5,5779 na mínima, antes de fechar em acomodação. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a outras seis divisas fortes, recuava 0,04%, a 98,758, no final da tarde.