Quem diria que o icônico talco Johnson, utilizado por bilhões de bebês ao longo das décadas, estaria por trás de mais um pedido de falência da Johnson & Johnson?

Este é o terceiro pedido de falência da empresa, com os anteriores negados. A estratégia visa unificar as ações judiciais nos Estados Unidos contra a fabricante, após a revelação de que o talco continha amianto, uma substância cancerígena associada ao câncer de ovário e mesotelioma.

Com este novo pedido, a empresa busca interromper novos processos, já que os atuais pedidos de compensação relacionados ao uso do talco somam cerca de US$ 8 bilhões.

A J&J nega que seus produtos sejam inseguros e atribui os litígios à publicidade enganosa e a advogados inescrupulosos.

Se o plano for aprovado no tribunal de falências, ele poderá resolver todas as ações judiciais atuais e futuras ligadas ao talco e ao câncer, algo que a empresa não consegue obter fora do processo de falência.

A decisão é uma estratégia judicial, e se for rejeitada, poderá resultar em um novo pedido em outro estado. A J&J já havia acionado o capítulo 11 pela primeira vez em 2021, em Charlotte, Carolina do Norte; o segundo em 2022, em Trenton, New Jersey; e agora este terceiro em Houston, Texas.

Vale ressaltar que o talco original foi proibido no Brasil em 2023. O novo produto disponível no mercado não contém a substância cancerígena e é fabricado com amido de milho, conhecido como Maizena.