A eleição presidencial na Venezuela, marcada para 28 de julho, apresenta um cenário desafiador para Nicolás Maduro, que ocupa a presidência há mais de uma década. De acordo com uma pesquisa da ORC Consultores divulgada no final de maio, Maduro tem apenas 13,70% das intenções de voto, ficando atrás dos 18,50% de eleitores indecisos. Edmundo González, candidato da oposição apoiado pela Plataforma Unitária Democrática (PUD), lidera com 50,74%.

Maduro, apesar do panorama desfavorável, declarou estar disposto a reconhecer os resultados das urnas, conforme um acordo sugerido por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional. “Estou pronto para assinar um acordo perante o Poder Eleitoral para que todos os candidatos reconheçam o boletim que a CNE lerá no dia das eleições”, afirmou Maduro em 10 de junho.

Analistas, como Stephanie Braun do Observatório Político Sul-Americano (OPSA), veem essa declaração com ceticismo, interpretando-a como uma estratégia para atrair eleitores indecisos ao adotar uma postura mais conciliadora. A possível derrota de Maduro e uma transição de poder são vistas como cenários incertos, com a continuidade do chavismo ainda em debate, dado que muitos membros do atual governo e da Assembleia Nacional são aliados de Maduro. A transição, caso ocorra, promete ser desafiadora, já que a “linha dura” do governo pode resistir a aceitar uma derrota presidencial.