Na quarta-feira, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensificou suas ações pelo país, invadido a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande (MS).

A medida visa pressionar o governo federal por uma maior regularização de terras. As invasões fazem parte das atividades do “abril vermelho”, período em que o movimento recorda os 28 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no qual 21 trabalhadores rurais foram mortos no Pará.

Segundo dados recentes divulgados pelo MST, foram realizadas invasões em 11 estados brasileiros e no Distrito Federal durante este mês. No total, 28 áreas foram invadidas, incluindo terras nos estados do Espírito Santo, Sergipe, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará e Rio de Janeiro, além de áreas no Distrito Federal.

O ápice das invasões ocorreu no último domingo, com a invasão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina (PE), onde o MST demanda o assentamento de 1.316 famílias, segundo a entidade. O movimento acusou o governo federal de não cumprir com os acordos firmados em abril, destacando que a mesma área já havia sido invadida no primeiro semestre do ano passado, com a saída dos invasores após negociações com o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Buscando atender às demandas do movimento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou na segunda-feira o “Programa Terra da Gente”, visando facilitar o acesso à terra e ampliar os assentamentos. A iniciativa, conduzida pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, visa criar uma “prateleira de terras” disponíveis para os assentamentos.

Enquanto isso, o governo busca estreitar laços com os ruralistas para diminuir resistências no setor. A estratégia inclui encontros com produtores rurais, viagens para estados com forte agronegócio e investimentos em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinadas ao setor.