Elon Musk, proprietário da plataforma X, voltou a criticar Alexandre de Moraes na noite desta segunda-feira (8). O magnata acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de “censura” na rede social e de ser um “ditador”.

A polêmica veio à tona no sábado (6), quando Musk iniciou uma série de ataques contra o ministro do STF, que combateu com suas decisões a desinformação na internet.

Desta vez, Musk fez uma série de publicações criticando a conduta do magistrado. “Como foi que Alexandre de Moraes se tornou o ditador do Brasil? Ele tem Lula na coleira”, dizia uma publicação.

“A lei vale para todos, incluindo para Alexandre. Ele deveria estar sendo julgado por seus crimes”, escreveu na mesma noite.

Mais cedo o sul-africano havia publicado que apoia o povo brasileiro independente da preferência política e questionou se Moraes fazia mesmo.

Ameaça e multa

O bilionário, que também é dono da empresa de carros elétricos Tesla e da aeroespacial SpaceX, disse que o brasileiro “traiu a Constituição” ao restringir a liberdade de expressão e “deveria renunciar ou ser destituído”.

Além disso, ameaçou desobedecer às ordens judiciais de bloquear perfis de usuários no X, que o empresário comprou em 2022.

Em resposta, Moraes disse no domingo (7) que vai impor multas de R$ 100 mil diários por cada perfil bloqueado que o X reativar e ordenou a abertura de uma investigação contra Musk, o acusando de “instrumentalização criminosa” da plataforma conhecida anteriormente como Twitter.

Repercussão política

Aos 55 anos, Moraes é um dos 11 ministros do STF e preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele já determinou o bloqueio de perfis nas redes sociais, especialmente de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

Políticos de direita, incluindo deputados federais, publicaram um manifesto em defesa de Musk e pedindo a destituição de magistrado. A hashtag “Impeachment” chegou aos “trending topics” do X no Brasil.

Por outro lado, o presidente do STF, Luis Roberto Barroso, reforçou em um comunicado que “toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras”.

Barroso afirmou que o Brasil atravessou “uma luta de vida e morte pelo Estado Democrático de Direito e contra um golpe de Estado” durante e depois das eleições presidenciais de 2022, que Bolsonaro perdeu por margem bem pequena para Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte, AFP.