O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, principal avaliação de educação básica no mundo, mostrou que 73% dos estudantes brasileiros de 15 anos não aprenderam o mínimo esperado de matemática.
Esses alunos não conseguem resolver contas simples, nem comparar a distância entre duas rotas, por exemplo. Os alunos também não sabem fazer equações consideradas simples.
O percentual de alunos com baixo desempenho em matemática é de 31% nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), enquanto no Brasil é de 73%.
Em 2018, esse percentual era de 68% entre os brasileiros (24% na OCDE).
Apenas 1% dos alunos no Brasil obtiveram os melhores níveis de rendimento matemático. Em países como Singapura, que lidera o ranking com os melhores resultados, 41% dos alunos alcançaram esse indicador.
No ranking geral da disciplina, o Brasil ocupa a 64ª posição, entre 80 países participantes. Estudantes de Singapura, Macau, Japão e Coreia ocupam as primeiras posições.
Os estudantes brasileiros mais ricos conseguiram 77 pontos a mais do que os alunos pobres na matéria. A desigualdade, entretanto, foi menor em relação à média de 37 nações da OCDE, que fica em 93 pontos.
A falta de professores de matemática e dificuldades na formação estão entre as razões apontadas para o baixo desempenho do Brasil.
O Pisa também mede o desempenho dos estudantes de 15 anos em leitura e ciências. As habilidades em matemáticas receberam maior foco nessa edição.
O Brasil registrou um desempenho melhor nas habilidades de leitura e ciências, mas ainda assim abaixo da média da OCDE. Por exemplo, 50% dos estudantes não conseguem encontrar a ideia principal em um texto. A média geral é de 26%.
A nota média do Brasil em leitura caiu de 413 pontos para 410, de 2018 para esta última edição.
Em ciências, 55% dos alunos no Brasil não sabem o mínimo esperado sobre a disciplina. Esses estudantes não conseguem reconhecer a explicação certa para fenômenos científicos, por exemplo.
No ranking geral de leitura, o país ficou em 52º e em 61º em ciências. Mais de 10 mil alunos brasileiros realizaram a avaliação.