O governador Wilson Lima destacou que o Governo do Amazonas investe R$ 1,2 bilhão de recursos próprios em ações de preservação ambiental no estado, incluindo proteção da floresta e dos seus habitantes. E disse que é preciso reconhecimento e apoio financeiro da comunidade internacional a esses esforços que contribuem para redução do agravamento das mudanças climáticas.

A declaração do governador foi feita neste domingo (03/12), segundo dia de agenda da comitiva amazonense na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que marcou o lançamento do programa estadual Amazonas 2030 para redução do desmatamento no estado, a ser executado com recursos arrecadados a partir da venda de créditos de carbono.

Segundo Wilson Lima, mesmo com os desafios para a transição à economia de baixas emissões, o Estado prevê arrecadar R$ 1 bilhão, em 2024, com a venda de créditos de 809,6 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2e), geradas por reduções de emissões entre 2006-2015. O recurso financiará as propostas presentes no Amazonas 2030, somando-se ao que o Governo do Amazonas já investe, com recursos próprios.

“A agenda 2030 é fundamental e faz parte de um conjunto de ações que nós já estamos realizando com recursos que já foram aplicados pelo Governo do Estado, na ordem de R$ 1,2 bilhão, para combater a questão das mudanças climáticas. E a gente estabelece algumas metas: uma delas é a redução do desmatamento líquido a zero até 2030, ou seja, para cada área desmatada, e eu estou falando de área que tem autorização dos órgãos ambientais, tem de haver uma área equivalente para o trabalho de replantio”, destacou Wilson Lima.

Acompanhado do secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o governador iniciou o dia com um debate sobre a importância do apoio financeiro para a proteção da floresta e seus povos com o secretário executivo da UNFCCC, sigla em inglês para Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que organizou o encontro no pavilhão principal onde acontece a COP 28.

No debate, que teve a presença de doadores internacionais e potenciais parceiros, Wilson Lima reforçou que o Estado vem trabalhando e obtendo resultados positivos, como com a redução de 65% de desmatamento e de 8% no número de focos de calor entre janeiro e novembro de 2023, comparado a 2022. E ponderou que não há como preservar a floresta sem combater a pobreza e para isso é preciso apoio e reconhecimento internacional.

“E o crédito de carbono não é único serviço ambiental que já acontece no estado do Amazonas. Nós temos, por exemplo, nosso programa Guardiões da Floresta, que é o maior programa de pagamento por serviços ambientais, e a gente tem a subvenção de algumas cadeias produtivas, como Juta, Malva, Piaçava, o Pirarucu. Então tudo isso são compensações pela atividade de preservação que são feitas por essas comunidades”, destacou o governador Wilson Lima.

OUTRAS AGENDAS – O governador esteve ainda com dirigentes da WCS, uma das maiores organizações não-governamentais de conservação do mundo, que atua em mais de 50 países. No Amazonas, atuam na área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. A organização vai submeter um projeto de Serviços Ambientais para o local, por meio do Edital para Projetos de Conservação na modalidade REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) voltado para Unidades de Conservação (UCs).

O governador também encontrou com representantes do Banco da Amazônia (Basa), que é parceiro do Governo do Amazonas no financiamento de crédito para produtores rurais. Também esteve em encontro do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal para debater sobre os “Caminhos para a COP30: desenvolvimento socioeconômico sustentável para a Amazônia integrada e competitiva”, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).