A juíza que investiga Daniel Alves decidiu manter o lateral-esquerdo na prisão em Barcelona onde ingressou em 20 de janeiro, acusado de estuprar uma jovem na boate Sutton, em Barcelona, após questionar a sua última versão e concluir que o risco de fuga persiste.

Fontes jurídicas informaram à Agência EFE que a juíza do tribunal de instrução número 15 de Barcelona, com base nos critérios do Ministério Público e a acusação da vítima, rejeitou o pedido da defesa do jogador para ser liberado sob fiança, com medidas cautelares se necessário.

Daniel Alves, que está em prisão preventiva desde a sua detenção em janeiro, pediu à juíza que o libertasse em 20 de abril, após ter comparecido perante a magistrada, a pedido da própria, para dar a sua quarta versão do que aconteceu na noite de 30 de dezembro.

Diante da juíza, o jogador brasileiro admitiu pela primeira vez ter tido relações sexuais por via vaginal com a acusadora e insistiu que foram consensuais, o que tentou provar através da análise das imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento.

No entanto, a magistrada questionou o relatório que a defesa apresentou como prova pericial e que, na sua opinião, não passa de uma prova documental sob a forma de uma “reconstituição” do que aconteceu: “As suas declarações não têm nada a ver com os fatos”, declarou.

Para a juíza de instrução, quase quatro meses após a detenção de Daniel Alves, os indícios de criminalidade que o implicam no estupro continuam a existir, motivo pelo qual não vê razões para alterar a sua situação.

Nesse sentido, a magistrada contrasta a “persistência” do depoimento da vítima com as diferentes versões que o jogador tem dado do ocorrido e recorda que a última delas, na qual reconheceu pela primeira vez a penetração vaginal, foi dada quando já tinha os resultados dos exames biológicos, que foram encontrados vestígios de sêmen do atleta nas partes íntimas da mulher.

Outra das questões que, na opinião da juíza, não se alteraram desde que Daniel Alves entrou na prisão é o risco de fuga, que continua sendo o mesmo, uma vez que o jogador tem dupla nacionalidade, espanhola e brasileira, sem acordos de extradição com o país de origem.

A isso se soma o seu divórcio iminente: a esposa do jogador, a modelo Joana Sanz, anunciou no mês passado, através das redes sociais, a intenção de se separar após oito anos de casamento.

A defesa de Daniel Alves, liderada pelos advogados Cristóbal Martell e Arnau Xumetra, tem até cinco dias para recorrer da confirmação da prisão preventiva do jogador, seja perante à juíza ou diretamente diante da Audiência de Barcelona.