A veterinária goiana Jeanne Paolini, de 40 anos, e a namorada dela, a empresária Kátyna Baía, de 44, que foram presas na Alemanha após terem suas malas trocadas por outras com drogas, deixaram a cadeia nesta terça-feira (11). Parentes delas confirmaram que ambas foram inocentadas da acusação de tráfico internacional e foram soltas pelas autoridades alemãs.

Segundo a reportagem, a advogada de defesa das brasileiras relatou que, como elas foram inocentadas, não precisam aguardar por mais nenhum trâmite processual para deixar o presídio.

“Não precisa de chancela do juiz. Na Alemanha funciona assim. A legislação permite que quando o Ministério Público arquiva o processo, que peça então que sejam liberadas”, explicou Chayane.

Nesta terça-feira, o Ministério Público da Alemanha autorizou a soltura das brasileiras. A medida ocorreu depois que a Polícia Federal enviou um relatório explicando que o casal foi vítima de uma quadrilha que agia no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, trocando as etiquetas de malas de passageiros por outras com drogas. Seis pessoas foram presas pelo crime.

RELEMBRE O CASO

Jeanne e Kátyna embarcaram no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e fizeram uma conexão no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde suas bagagens acabaram com as etiquetas trocadas. As malas das duas até agora não foram achadas.

As duas pretendiam passar 20 dias viajando pela Europa, mas ao desembarcarem na Alemanha no último dia 5 foram presas e acusadas por tráfico internacional de drogas. Nas bagagens atribuídas ao casal, foram apreendidos 40 kg de cocaína. Apesar de dizerem que aquelas não eram suas malas, as duas foram levadas para um presídio feminino.

O caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, que identificou a ação da quadrilha no aeroporto paulista. Imagens mostraram que as malas despachadas incialmente por Jeanne e Kátyna eram diferentes das que foram apreendidas na Alemanha.

Conforme a PF, nas escalas internacionais, o passageiro despacha a mala no aeroporto de origem e só pega de volta no destino final, ou seja, as brasileiras nem viram a troca das bagagens e das etiquetas.

Mantidas em péssimas condições, durante o período em que ficaram presas, Jeanne e Kátyna conseguiram falar com seus familiares por alguns minutos. Em um desses contatos, a empresária falou sobre o local em que era mantida.

“É uma cela em que as paredes têm escritas de fezes, tá? É uma cela fria, não tem janela”, contou Kátyna. Já Jeanne falou sobre o desafio de estar impedida de voltar para casa. “Nós nunca convivemos nesse ambiente. No final de semana e feriado nós passamos cerca de dezesseis horas trancadas sem convívio social e o que me salvou aqui foi a fé. Dói muito ficar aqui todo dia. Eu acordo e penso: Meu Deus, esse pesadelo ainda não acabou”, desabafou a veterinária.