Na noite que os olhos do mundo se voltam para a estatueta dourada do Oscar, os indígenas ianomâmi farão uma campanha internacional chamando a atenção para o impacto da extração ilegal de ouro. Os ganhadores do maior prêmio do cinema receberão, além da tradicional estatueta, uma escultura indígena representando Omama, a dividande considerada criadora e protetora da Amazônia e do povo ianomâmi.

Batizada de “O custo do ouro”, a campanha pretende colocar os holofotes de Hollywood sobre o problema do garimpo ilegal, que contamina boa parte do comércio do ouro no mundo.

A mineração ilegal causou uma crise humanitária na comunidade ianomâmi, que reúne 30.400 indígenas em uma reserva entre os estados de Roraima e Amazonas.

A campanha contra a extração ilegal de ouro na Amazônia é realizada pela Urihi Associação Yanomami, com idealização da agência publicitária DM9. Em 2021, 54% do ouro comercializado no Brasil tinha indícios de ilegalidade em sua origem, segundo a associação Yanomami.

Além das estatuetas, um vídeo foi enviado aos candidatos aos prêmios cinematográficos deste domingo (12).

“Na sua cultura, ouro é símbolo de sucesso. Para meu povo, significa morte e destruição”, diz Junior Hekurari Yanomami, líder da associação, no vídeo.