O governador Wilson Lima anunciou, nesta quarta-feira (15/02) investimento de R$ 45,1 milhões para a expansão do mercado de gás natural (GN) no estado, neste ano de 2023. O recurso do Governo do Amazonas será aplicado no plano de expansão da rede de gasodutos com o objetivo de ampliar o número de unidades consumidoras (UC’s) beneficiadas. O aporte será feito por meio da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), responsável pelo serviço público de distribuição e comercialização de gás natural (GN),

“A gente tem trabalhado, e tenho feito isso desde o início do meu mandato, para fazer com que o gás natural chegue a essas camadas que realmente precisam. Essa reserva natural de gás que a gente tem, precisa cumprir uma função social e esse é meu objetivo como governador”, destacou Wilson Lima.

O anúncio, que representa mais um importante passo do Governo do Amazonas na direção de fomentar novas matrizes econômicas, foi feito na Usina Termelétrica (UTE) Manauara, que integra o conjunto de unidades consumidoras do segmento termelétrico (principal consumidor do GN) atendidas pelo gás natural fornecido pela Companhia.

A ação está em consonância com o Plano de Diretrizes e Estratégias para o Desenvolvimento Econômico Sustentável do Amazonas, lançado recentemente pelo Executivo estadual, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).

O montante de investimento está previsto no mais recente plano de negócios da Cigás, aprovado pelo Conselho de Administração (CAD) da Companhia em dezembro de 2022. Com a aplicação do recurso, a Cigás pretende expandir a rede de distribuição de gás natural (RDGN) para mais de 270 quilômetros de extensão em 2023. Atualmente, a infraestrutura de gasodutos é de 239 quilômetros.

O planejamento da Companhia prevê diversas frentes de atuação, denominadas bolsões de obras, visando a expansão da rede de gasodutos em ruas e avenidas de diferentes zonas de Manaus.

Parte dessas obras iniciou no ano passado e deve ser finalizada no primeiro semestre de 2023. São elas: bolsões Max Teixeira, Distrito Industrial (etapa 3), Eliza Miranda (etapa 1) e Dom Pedro (terceira etapa).

Em junho, serão iniciados novos contratos para execução de obras nos demais meses de 2023 até o primeiro semestre de 2024, compreendendo os bolsões Torquato Tapajós (etapas 2, 3 e 4), Mosaico, Eliza Miranda (etapa 2), Autaz Mirim, Chapada, Distrito Industrial (etapa 4), Dom Pedro (etapa 4), Adrianópolis e Vieiralves.

Beneficiados

Atualmente, a Companhia de Gás conta com mais de 12,6 mil unidades consumidoras dos segmentos termelétrico, industrial, veicular, comercial, residencial e autogeração/liquefação.

“Não fosse a disponibilidade, disposição e orientação do governador Wilson Lima, nós não teríamos alcançado as marcas que chegamos. Nós estamos falando, de 2018, algo em torno de 1.100 unidades consumidoras, para chegar ao final de 2022 com mais de 12.500 unidades consumidoras. Portanto, um incremento de mais de 1.000% de unidades consumidoras aqui na cidade de Manaus”, informou o diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar.

O segmento termelétrico é o principal consumidor do GN fornecido pela concessionária, representando 95% da demanda de gás natural distribuído pela Cigás. O combustível é usado em usinas termelétricas que geram eletricidade para o abastecimento da população de Manaus e dos municípios de Anamã, Anori, Caapiranga, Coari e Codajás. Só este segmento consumiu, em média, pouco mais de 4 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) em 2022.

Além disso, empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), shoppings, restaurantes, academias, lavanderias, supermercados, condomínios residenciais, o Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz e cinco postos de combustíveis já usufruem dos benefícios gerados pelo uso do gás natural (GN) distribuído pela Cigás.

Outro aspecto de destaque é o fato de que, em 2023, a rede de abastecimento de gás natural veicular se expandirá para oito postos de combustíveis. Além disso, a Campanha “Faça a Conta. Use GNV!”, que já concedeu mais de R$ 680 mil em incentivos para conversão de veículos para utilização do Gás Natural Veicular (GNV), segue vigente até 16 de março. Mais informações podem ser obtidas no site www.usegnv.cigas-am.com.br.

Segundo a Cigás, o objetivo é ultrapassar a marca de 16 mil unidades consumidoras até o fim deste ano e chegar a 28 mil até 2027, o que deverá ser um grande feito para uma concessionária de gás natural, que é uma das mais jovens do País, com 12 anos de operação comercial.

Ainda em 2023, a Cigás deve celebrar contrato para implantação de projeto de flexibilidade e segurança operacional. Por meio dele, será construída infraestrutura de gasodutos interligando os sistemas de distribuição de gás natural Aparecida (que inicia no bairro Aparecida e segue até as rodovias BR-174 e AM-010) e Mauá, cujo ponto de origem está no bairro Mauazinho.

Vantagens do gás natural

A economia proporcionada para quem usa o gás natural é a principal vantagem. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que, no período de 1º a 7 de janeiro deste ano, o uso do combustível em indústrias pode gerar economia de até 61%; de até 33% no segmento veicular; e 55% no segmento comercial.

O segmento do gás natural também tem papel importante na preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável na Amazônia. A razão é que, devido às suas diferentes aplicabilidades, o gás natural pode ser utilizado pelas unidades consumidoras da Companhia em lugar de combustíveis mais poluentes, como diesel e óleo.

Outro ganho, tanto ambiental quanto em termos de mobilidade urbana com o uso de gás natural localmente, foi a retirada de circulação do trânsito da cidade de Manaus de mais de 300 carretas de combustível líquido por dia. Os benefícios decorrentes foram a redução da emissão de CO2, diminuição de substâncias poluentes e a melhoria da qualidade do ar.

Quebra de monopólio

Em 2021, o governador do Amazonas quebrou o monopólio do gás natural no estado ao sancionar a Lei do Gás, de autoria do Executivo Estadual e aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), que estabeleceu um novo marco legal do serviço de distribuição e comercialização do gás natural.

O mercado de gás, como Wilson Lima tem destacado, tem a possibilidade de ser uma nova alternativa de matriz econômica para o estado, paralela à Zona Franca de Manaus.

O Amazonas tem 16 áreas de exploração situadas em 19 municípios, incluídas em edital de licitação da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Uma delas está localizada no Campo do Azulão, município de Silves (a 204 km de Manaus), que nos próximos anos receberá a construção de três térmicas movidas pelo Gás Excedente.