O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a retenção das redes sociais do juiz da Vara de execução penal do Amazonas, Luis Carlos Valois.

Na noite desta segunda-feira (16), o Twitter cumpriu a decisão e derrubou a conta do magistrado na rede em todo o Brasil. Ao acessar o perfil de Valois, aparece a mensagem “Conta Retida”, seguida de uma legenda em inglês que diz “a conta foi retida no Brasil devido a uma decisão judicial.

Veja: 

Em publicação no seu instagram e facebook, Valois se manifestou sobre a situação. “Pessoal, essa deve ser a minha última postagem nas redes sociais. O CNJ determinou o bloqueio de todas as minhas contas no Facebook, Instagram e Twitter. Somente o Twitter bloqueou, mas em breve as demais devem ser também. Não sei o motivo ainda, não fui intimado, mas até em respeito à decisão do CNJ não me manifestarei nas redes mesmo com a conta ainda não bloqueada. Vocês não verão da minha parte nenhuma queixa ou acusação de pessoas, se institucionalmente eu errei, que isso seja resolvido de forma justa. Agradeço a todos que estão se manifestando, obrigado!”, escreveu.

Confira:

 

Magistrado Polêmico

Luiz Carlos Valois é um dos juízes mais famosos do Amazonas e boa parte disso se deve às polêmicas em que o juiz está envolvido.

Valois é defensor ferrenho da legalização da maconha e sua luta que deu origem ao livro “O direito penal da guerra às drogas”. A obra é sua tese de doutorado apresentada à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), e que lhe rendeu indicação ao 59ª Prêmio Jabuti de Literatura.

Ele já foi alvo do CNJ em outra situação, quando criticou a Operação Lava Jato em publicações nas redes sociais. O processo, no entanto, foi arquivado.

Em 2017, Valois foi o negociador do sistema judiciário na Rebelião do Compaj, que terminou com um massacre no sistema prisional. Na ocasião, 56 presos morreram em um dos episódios mais sangrentos da guerra entre facções do Amazonas.

Nos últimos dias, o juiz ironizou a prisão de centenas de terroristas em Brasília. Valois deu dicas de assistência penal e direitos humanos aos dependentes dos bolsonaristas.