A pastora Ana Marita Terra Nova, casada com uma das maiores lideranças evangélicas do país, o apóstolo Renê Terra Nova, incentivou, através das redes sociais, atos de terrorismo em Brasília, ocorridos neste domingo (8).

Em seu perfil no Instagram, que conta com mais de 50 mil seguidores, fez um chamado para ação. “Dois meses nos quartéis: valeu muito, sim! Agora… É parar e dizer mesmo: intervenção militar!”, dizia a mensagem que compartilhou sábado (6), véspera da tentativa de golpe.

Apesar da convocação para atos antidemocráticos, a pastora voltou atrás após a repercussão negativa das ações dos criminosos e apagou a publicação, postando outra em seguida, agora repudiando a invasão ao STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.

Na imagem está um versículo da bíblia, I Coríntios 14:40, com a frase: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”. Na legenda da publicação, que teve os comentários restritos, a pastora afirmou que não compactuava com as ações do fim de semana.

“Sou a favor dos atos democráticos que sejam ordeiros segundo a nossa constituição, sem vandalismo e sem depredação pública. Onde o cidadão se expresse segundo a constituição e não dê margem a uma ação que contrarie os valores e princípios daquilo que Jesus nos ensinou em Sua Palavra: Decência e Ordem! (I Coríntios 14:40)”, escreveu.

Apesar disso, informações indicam que o viés dos atos de terrorismo em Brasília já tinha sido repassado aos apoiadores do ato na capital. Tanto Ana Marita quanto o marido são conhecidos por serem apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e fazerem, com frequência, críticas à Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Somado a isso, Renê Terra Nova também ressaltou em uma publicação que repudia os atos de vandalismo praticados por criminosos no domingo (8). “Sobre Hoje: A manifestação pacífica é direito do cidadão, a depredação de patrimônio público é DAR direito a não ser da direita pacífica, como é o nosso caráter. Não precisamos nos auto destruir para dizer que estamos protestando. Quando o fizer que seja com decência e ordem!”, escreveu.

Porém, a declaração foi alvo de críticas nos comentários. “Vocês serão responsabilizados, pois a todo tempo motivam as pessoas”, escreveu uma pessoa. “Se manifestar agora não adianta mais, o estrago já foi feito”, defendeu outra.

Evangélicos representam grande parcela dos “manifestantes” que participaram dos atos de terrorismo em Brasília. De acordo com o portal Fuxico Gospel, durante a invasão, fiéis entoavam louvores e houve quem evocasse a Batalha de Jericó, quando israelitas, na força do brado popular, derrubaram a muralha local.