A atriz Camila Pitanga, de 45 anos, participou do podcast “Quem pod, pod”, conduzido por Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank, nesta terça-feira. Durante o bate-papo, a artista falou sobre sua orientação sexual e relembrou o momento em que seu romance com Beatriz Coelho veio à tona. O namoro durou cerca de dois anos.

“A gente vive ainda num país que tem dificuldade de entender que as pessoas possam ser livres e amar do jeito que quiserem. Diria que sempre fui uma heterossexual convicta. Não via essa possibilidade, não estava no meu radar. Não como um problema, mas no desejo. Já tinha dado uns beijos, bi festinha, mas não era um desejo. Libido é algo em construção, não é algo que nasce com você, formatado, e acabou”, afirmou.

“Você pode se desenvolver para o lado que quiser. Acho que foi um lance de expansão. Primeiramente, de afeto, porque eu vivi um amor, e não uma sexualidade. Isso não era para ser uma missão, um panfleto. Claro que com a compreensão de que isso significava para muitas pessoas. Mas o dilema era que eu entendi uma responsabilidade sobre isso. Pra sustentar isso, você tem que ter vivência. Acho que isso estava atropelando um pouco a gente”, completou a atriz, que disse não ter orientação sexual definida.

‘Estou em movimento’
“Se me cobrarem agora um nome, uma caixinha, eu não me daria nome como bissexual. Estou em movimento, estou vivendo. Mas, politicamente, entendo a importância de dizer isso. Minha libido é aberta, adoro gozar e não vou abrir mão da minha liberdade porque as pessoas estranham”, disparou.
Atualmente, Camila namora o professor de filosofia Patrick Pessoa. “Estou namorando seriamente, apaixonada. Um amor maduro. Está bonito. Ele é lindo, um gato. Ele é um homem muito íntegro. Ele come pitanga todo dia há um ano e meio, e nem vou falar a quantidade. Que gostoso! Eu fico até nervosa. A manhã é bem animada, de manhã é o certo. Está todo mundo relaxado, às 5h ou 6h”, revelou.
Durante o programa, Camila falou que nem sempre foi bem resolvida sexualmente e presenteou Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank com vibradores. “Minha primavera da sexualidade foi bem mais velha. Até um certo momento, não ligava para sexo. Estaria na oitava posição de prioridades. Sexo era algo que falava do amor, mas também tinha outras maneiras de falar do amor. Na real, eu sou bem monogâmica e de histórias longevas. Sou amiga de todos os ex. Eu não era a saidinha do rolê e só fui transar com 19 anos… tive um longo período de frustração porque queria penetração e não rolava. Na verdade, já rolava sexo, já tinha peitinho, chupada, gostosura e gozo. Bem simples, verdade seja dita, já tinha prazer. Mas eu tinha essa fixação da virgindade, da penetração. Me machucava, achava difícil”, disse.
Vaginismo
Ela também revelou que teve vaginismo, uma disfunção sexual que provoca dor na penetração vaginal. O problema, segundo a artista, começou depois de sua primeira ida ao ginecologista, com 12 anos de idade. “Pra mim, fazer toque não era problema nenhum. Só que eu era virgem, e ele me meteu um bico de pato. Jamais ele poderia ter feito isso. Eu só entendi isso muitos anos depois. Eu credencio meu vaginismo a essa experiência, que fez eu ter uma memória na vagina de prisão, de medo… considero isso uma violência, só que não tinha cunho sexual. Não senti esse tipo de invasão, mas me marcou por anos… sorte que tive ótimos parceiros e fui aprendendo a relaxar. Talvez por isso minha sexualidade não estava no meu campo de prioridade. Hoje eu não vivo sem”, disse.