Após a seleção Iraniana de futebol não cantar o hino nacional no seu jogo de estreia na Copa do Catar, familiares de jogadores vem sendo ameaçados de tortura e prisão, caso os atletas “não se comportem” no jogo desta terça-feira (29) contra os Estados Unidos.

A atitude da seleção iraniana foi uma forma de apoiar os protestos históricos que ocorrem em todo o país após uma jovem de 22 anos ser morta pelas autoridades por usar o hijab (véu) de maneira supostamente incorreta.

De acordo com a CNN, que divulgou a informação, após os jogadores se recusarem a cantar o hino na partida contra a Inglaterra, eles foram convocados para uma reunião com membros do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC).

Ainda segundo a fonte ouvida pela CNN, depois disso, vários oficiais do IRGC foram convocados para monitorar os jogadores do país, que não podem se misturar fora do time ou se encontrar com estrangeiros.

“No último jogo contra o País de Gales, o regime enviou centenas desses torcedores para criar uma falsa sensação de apoio e favor entre os torcedores. Para o próximo jogo contra os EUA, o regime planeja aumentar significativamente o número de atores para milhares”, informou a fonte.

Já Carlos Queiroz, o técnico português da seleção iraniana, se reuniu separadamente com oficias do IRGC e segue reafirmando que os atletas podem protestar na Copa do Mundo, mas apenas dentro dos regulamentos da Fifa.

O Irã entra em campo às 16h para enfrentar os Estados Unidos. Em caso de empate ou vitória, a seleção avança para as oitavas de final. Os iranianos estão na 2ª posição do grupo B, com 3 pontos somados.