A advogada que representa a família do adolescente de 16 anos que realizou ataques em duas escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, declarou no domingo (27), que os pais do rapaz deixaram a cidade por medo de sofrer alguma retaliação. Priscila Barreiros negou, no entanto, que o casal tenha sido ameaçado e disse que a decisão foi tomada para preservar a integridade deles.

– Eles tiveram que deixar a cidade no mesmo dia do fato. Tinha um clamor muito grande, palavras de ódio e não seria prudente eles ficarem na região. O casal está muito abalado, perplexo com toda essa situação. Eles, a todo o momento, se questionam onde erraram na criação do filho – afirmou Priscila.

A família do rapaz ainda não teve contato com parentes das vítimas nem sobreviventes, mas, segundo a advogada, há o interesse de que isso aconteça futuramente. O pai do atirador é tenente da Polícia Militar do Espírito Santo, enquanto a mãe já tinha sido professora na Escola Estadual Primo Bitti, um dos locais atacados. Até o momento, quatro pessoas morreram em razão dos ataques e outras 12 ficaram feridas.A advogada ainda declarou que os pais têm dimensão da gravidade e complexidade do caso e, ao ser questionada sobre a motivação para o atentado, ela disse que as informações foram repassadas ao delegado responsável pelo caso.

– Não posso fornecer essas informações porque o processo segue em segredo de justiça. Sobre a questão de curso de tiro, isso não procede – apontou.

O autor dos ataques era um ex-aluno da Escola Estadual Primo Bitti e havia abandonado os estudos há seis meses a pedido dos pais. Ele continua apreendido no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) e deve ser ouvido nos próximos dias pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.