As melhores práticas para evitar o greenwashing (termo em inglês que se aplica a informações que mascaram os impactos ambientais de alguma atividade) embutido em promessas de ‘Net Zero’ (zero emissões líquidas de carbono) tanto de governos quanto de empresas foram um dos destaques desta terça-feira (08) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27).
O relatório produzido pelo Grupo de Especialistas de Alto Nível (HLEG), nomeado pela ONU para dar mais transparência ao tema, apontou várias recomendações, como “empresas e regiões que utilizam muita terra devem assegurar que, até 2025, qualquer desmatamento seja interrompido”.
O documento se refere a promessas que ameaçam minar os esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de acordo com a limitação do aquecimento a 1,5 grau.

A presidente do grupo, ex-ministra do Ambiente e das Alterações Climáticas do Canadá Catherine McKenna, disse que o relatório fornece um roteiro crucial para trazer integridade aos compromissos para reduzir as emissões de carbono e para apoiar uma transição global e equitativa para um futuro sustentável.
“Planos de transição para net zero são uma peça chave para viabilizar a implementação dos compromissos assumidos pelas empresas e pelos governos. Orientarão o redirecionamento de investimentos para a economia de baixo carbono e darão previsibilidade sobre as rotas de descarbonização da economia”, avaliou o coordenador do portfólio de Economia de Baixo Carbono do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Gustavo Pinheiro.
“O Brasil é o país que tem o menor custo de transição entre as grandes nações, porém o investimento não tem fluído como poderia devido a falta de um plano de transição que oriente a implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês)”, completou.
Para Pinheiro, elaborar o plano de transição da economia brasileira para net zero até 2050 permitirá destravar investimentos em diversos setores da economia. “Estes investimentos são indispensáveis para colocar o Brasil na rota da descarbonização, gerar empregos verdes e retomar o crescimento desacoplado de emissões de gases de efeito estufa”, completou.







