Após várias ameaças da Rússia, Josep Borrell, que é o chefe da diplomacia da União Europeia, afirmou que as tropas russas serão aniquiladas se o país usar armas nuclearas durante a guerra na Ucrânia, que já dura 7 meses.

“Vladimir Putin está dizendo que não está blefando. Os Estados Unidos e a Otan também não estão blefando, e qualquer ataque nuclear contra a Ucrânia vai criar uma reposta, não uma resposta nuclear, mas uma resposta militar tão poderosa que o exército russo vai ser aniquilado”, ressaltou Borrell.

Além disso, o secretário geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Soltenberg, alertou que até o uso de armas atímicas pequenas teria graves consequências. “A Rússia sabe disso”, afirmou. Ele também frisou que a Otan vigia a Rússia “24 horas por dia, 7 dias por semana” e que até o momento não houve mudança da postura nuclear do país.

Depois das declarações, Putin concedeu uma rara entrevista à imprensa durante uma viagem ao Cazaquistão, nesta sexta-feira (14), onde destacou que um eventual confronto direto entre tropas da Rússia e da Otan ocasionará uma “catástrofe global”.

Entenda as ameaças

A ameaça de uso de armas nucleares está presente desde o início da Guerra na Ucrânia. A mais recente aconteceu depois que Putin anexou quatro territórios da Ucrânia no fim de setembro. Na ocasião, o presidente alertou que a Rússia poderá usar todos os recursos para se defender, fazendo uma clara referência às armas atômicas.

Antes disso, no dia 21 de setembro, Putin anunciou a convocação de mais 300 mil reservistas para lutar na Ucrânia. “Se a integridade territorial do nosso país estiver ameaçada, nós vamos usar absolutamente todos os meios disponíveis para proteger a Rússia e nosso povo. Isso não é um blefe”, afirmou.

Ao mesmo tempo, ele alertou para o que chama de “chantagem nuclear” de outros países contra a Rússia. “Aqueles que tentam nos chantagear com armas nucleares deveriam saber que a agulha da bússola pode virar em sua direção”, frisou.