Após uma jovem curda, identificada como Mahsa Amini, de 22 anos, morrer após ser presa pela polícia dos costumes no Irã por usar de forma incorreta o hijab – véu obrigatório para as mulheres – milhares de pessoas foram às ruas protestar. As manifestações, que já duram 11 dias e são consideradas as maiores que já ocorreram no país.

Até agora, 41 pessoas morreram e mais de 1.200 foram presas, incluindo defensores de direitos humanos, ativistas, jornalistas, advogados e mulheres, de acordo com autoridades do Irã. Porém, organizações não-governamentais (Ongs), que monitoram a situação, dizem que o número de mortes pode ser ainda mais alto.

Em alguns casos, a polícia local respondeu às reivindicações com tiros de revólver. A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Ravina Shamdasani, expressou preocupação com a resposta violenta das forças de segurança do país.

Ela ressaltou ainda o Irã restringiu as comunicações no país afetando serviços de telefonia celular e até telefone fixo, internet e plataformas de redes sociais.

A porta-voz também disse que está “extremamente preocupada” com os comentários de alguns líderes que estão ‘vilanizando’ os manifestantes. O Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu a libertação imediata das centenas de presos e a restauração dos serviços de internet. Além disso, reforçou que o Irã deve respeitar inteiramente os direitos à liberdade de expressão, opinião e de reunião e associação.

Entenda o caso

Mahsa Amini era da província de Saqez, no noroeste do Irã, e foi a Teerã, capital do país, para uma visita. Segundo informações, ela desmaiou após ser presa por estar usando “de forma errada” o véu, que é obrigatório para as mulheres no país.

Depois disso, ela morreu no hospital após passar três dias em coma. A família da vítima acusa as autoridades de terem batido na jovem, o que ocasionou a sua morte.

O caso revoltou pessoas dentro e fora do país, já que isso expôs o extremismo das restrições às liberdades de pessoas no país. Durante os protestos, várias mulheres deixaram seus cabelos soltos – o que também é proibido – outras cortaram os cabelos e também queimaram seus véus.

 

Com informações da ONU**