Segundo dados do Ministério da Saúde, as taxas de aleitamento materno vêm crescendo no Brasil, embora ainda estejam abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O último estudo mostra que metade das crianças brasileiras foi amamentada por mais de 1 ano e 4 meses, e que 96,2% dos bebês foram amamentados alguma vez.

A OMS e o Ministério da Saúde recomendam manter o aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais, oferecendo só leite do peito até o sexto mês de vida. Nesse sentido, Danielly Souza, nutricionista do Hospital Materno-Infantil de Barcarena, localizado próximo à Belém (PA), aponta para um dos desafios enfrentados pelas mães.

“A amamentação é uma nova fase, repleta de mudanças. Durante esse período, identificamos a produção de leite como uma das dificuldades das mães e, na maioria dos casos, a pega adequada e regular do bebê é o que facilita o aleitamento, já que o leite é produzido a partir desse estímulo”, explica Danielly.

Além da pega incorreta, a produção do leite materno também pode ser influenciada por outros fatores, como o uso de contraceptivos hormonais, medicamentos descongestionantes, baixa frequência de amamentação, parto prematuro, pressão alta induzida pela gravidez, cirurgia de mamas e ter diabetes com dependência de insulina.

A boa notícia é que a maioria das mulheres produz um terço de leite a mais do que seus bebês mamam, o que possibilita uma margem de manobra para reverter a baixa produção. Confira abaixo algumas formas de produzir mais leite materno.

1. Se possível, amamente após o parto: a primeira hora de vida é o momento em que o bebê está mais atento, por isso será mais fácil realizar a pega adequadamente.

2. Observe a pega: a posição ideal é com cabeça e corpo voltados para a mãe, que pode abrir a boca do bebê e levá-la ao seio, o bebê deve abocanhar a aréola toda.

3. Descanse: nem sempre é fácil descansar, mas o estresse influencia na amamentação. O ideal é que a mãe esteja tranquila e o ambiente seja confortável.

4. Massagem e compressas mornas ajudam: essa prática estimula a região, favorecendo a dilatação dos vasos sanguíneos e atividade das glândulas mamárias para o aleitamento.

5. Beba mais água: para que a mulher possa produzir mais leite, ela precisa repor o líquido que perde durante a amamentação. É recomendada a ingestão de três litros de água diariamente.

6. Bônus: Bicos atrapalham! O bebê ainda está aprendendo a sugar, e a chupeta, mamadeira e chuquinhas atrapalham esse processo. Quando ela é inserida, a criança pode não sugar adequadamente, e acabar machucando a mãe.

Diferentemente do que muita gente imagina, o peito não é estoque de leite, ele funciona como uma “fábrica” e produz conforme demanda do bebê, durante a sucção.

“Apesar de existir meios para aumentar a produção de leite materno, é essencial que a mãe observe seu filho. Se ele suga bem, se tem bons sonos, se faz xixi e cocô diversas vezes ao dia, se está com peso dentro dos parâmetros e tem a urina clara, isso significa que a oferta do peito deve continuar. Caso contrário, é importante que a mãe busque ajuda médica”, orienta Yara Leite, enfermeira obstétrica do Hospital Bom Pastor, localizado em Guajará-Mirim (RO).