Na madrugada desta quarta-feira (21), o líder russo Vladimir Putin ordenou a 1ª mobilização da Rússia desde a 2ª Guerra Mundial. Ele ainda alertou que Moscou se defenderia com todo o seu vasto arsenal se enfrentasse uma ameaça nuclear do Ocidente.

A advertência do líder da Rússia marca a maior escalada da guerra desde a invasão da Ucrânia por Moscou em 24 de fevereiro.

Putin ainda anunciou, em um discurso televisionado à nação, a convocação de 300.000 reservistas extras para a guerra.

“Se a integridade territorial de nosso país estiver ameaçada, sem dúvida usaremos todos os meios disponíveis para proteger a Rússia e nosso povo — isso não é um blefe”, disse Putin.

O russo fez os comentários depois de acusar o Ocidente de “chantagem nuclear”, dizendo que altos funcionários do governo em vários países da Otan falaram sobre o uso potencial de armas nucleares contra a Rússia.

Em seu discurso, Putin também acusou o Ocidente de arriscar uma “catástrofe nuclear” ao permitir que a Ucrânia bombardeie a usina nuclear de Zaporizhzhya, que está sob controle russo, algo que Kiev negou.

Putin disse também que o Ocidente está planejando destruir a Rússia: “Em sua política agressiva anti-russa, o Ocidente cruzou todas as linhas”.

O líder da Rússia também disse que assinou um decreto de mobilização parcial da reserva militar russa. A mobilização, que afeta qualquer um que tenha servido como soldado na Rússia, em oposição a recrutados, começa imediatamente.

O ministro da Defesa da Rússia disse esperar que 300.000 pessoas sejam convocadas das vastas reservas do país de cerca de 25 milhões de pessoas.

Após separatistas pró-Rússia em quatro áreas da Ucrânia controladas por soldados russos pediram referendos para adesão à Rússia, Putin disse que Moscou “não tinha o direito moral de entregá-los a carrascos”.

“A Rússia apoiará as decisões do povo do Donbass e das regiões de Kherson e Zaporizhzhya da Ucrânia”, afirmou o líder.

A decisão abre caminho para a anexação formal de cerca de 15% do território ucraniano.

Putin disse ainda que seu objetivo é “libertar” a região do Donbass, no leste da Ucrânia, e que a maioria das pessoas que vivem em regiões sob controle russo não quer mais ser governada por Kiev.